Chega: o plano do reeleito Ventura para ultrapassar o PSD

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Tiago Petinga / LUSA

André Ventura na convenção do Chega

Candidato único recebeu mais de 98% dos votos na convenção do partido. Ideia é estar no Governo – mesmo que seja o PSD a vencer as eleições.

André Ventura foi novamente eleito líder do Chega, numa convenção nacional onde era o único candidato.

Ventura recebeu 98,3% dos votos de mais de 600 delegados. Não foram revelados outros números: absolutos de votos, percentagem de boletins contra e abstenções. Segue-se novo mandato de três anos.

Desta vez sem Gabriel Mithá Ribeiro, que se demitiu, e sem José Pacheco, presidente do Chega nos Açores.

O líder do partido recebeu sempre mais de 90% dos votos, nas cinco vezes que concorreu. Só numa vez, em 2021, teve concorrência: Carlos Natal.

No discurso de vitória, André Ventura virou-se em vários momentos para dentro do Chega.

Quer “estabilizar, de uma vez por todas” o seu partido a nível institucional; disse que só sai quando os outros militantes quiserem; e espera que todos os órgãos sociais eleitos não “traiam” o partido.

Para fora: “Escusam de continuar a falar em linhas vermelhas. Para nós, só o povo português estabelecerá as linhas vermelhas”.

Superar o PSD

Uma ideia ficou clara nesta convenção, que ainda decorre: se houver Governo liderado por PSD, o Chega só vai aceitar fazer parte de uma coligação se tiver ministros nesse Governo.

Mas, mais do que isso, ficou clara uma nova intenção, mais arrojada: ultrapassar o PSD no número de votos em próximas eleições.

Para isso, ou num primeiro momento para se aproximar dos sociais-democratas, há três passos, destaca o Observador.

O primeiro já se verificou nesta reunião nacional: suavizar o discurso. Continuou a haver momentos de discursos mais nacionalistas, com tons racistas ou xenófobos, mas não representaram a maioria das intervenções. E também passa por conquistar a confiança nas ruas: “O meu segundo grande objectivo no meu mandato é ganhar a rua à esquerda. Voltaremos a sair à rua, a encher praças e conquistaremos as ruas deste país!”, gritou Ventura no seu discurso de vitória.

O segundo passo é reforçar a ideia de que o PSD não é o melhor líder da oposição. Ventura afirmou: “Um deputado do Chega vale por cada 20 do PSD. As pessoas não acreditam que Luís Montenegro vá resolver os problemas do país”.

O terceiro passo é o já referido “salto” para o Governo. Se for integrado num Governo social-democrata, o Chega só aceitará essa integração se ficar com cinco ou seis pastas ministeriais. Acordos pré-eleitorais? Geringonças à direita? Não.

A V Convenção Nacional do Chega termina neste domingo, dia em que contará com a presença de Miguel Pinto Luz, do PSD – o único candidato à liderança do PSD a admitir uma eventual aliança com o Chega.

ZAP //

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2 Comments

  1. Quanto mais alto maior será o teu trambolhão , basta saber o programa de governo, enquanto fôr só a protestar e a dizer mal, tudo corre bem, o pior é quando se tem de assumir e responsabilizar.

  2. Está mais que visto ! ….. na Convenção do Chega , percebe-se sem equívoco que todos os aficionados presentes sofrem de surdez , com un Líder aos berros ! …. Ouçam o Goucha , Acústica Medica está au vosso serviço !

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