Diversas pessoas foram feitas esta manhã reféns no interior de um café no centro da cidade australiana de Sidney e uma bandeira islâmica foi colocada numa das janelas, referiram diversos media locais e testemunhas.
Martin Place, no centro do distrito financeiro, foi evacuada, com dezenas de agentes a cercarem o Lindt Chocolate Cafe, onde uma bandeira – preta com inscrições árabes a branco – foi exibida através da janela pelos supostos reféns, segundo imagens das televisões.
A mensagem em causa diz: “Não existe outro Deus senão Alá; Maomé é o seu profeta”, e corresponde à Shahada, a profissão de fé dos muçulmanos.
Jornalistas no local referiram que “menos de 30 pessoas” estão no interior do café, apesar de a polícia não ter confirmado no imediato o número de reféns.
A polícia encerrou parte do centro de Sidney junto ao centro financeiro, enquanto dezenas de polícias cercavam o Lindt Chocolat Cafe, com as imagens das televisões a mostrarem a bandeira negra com inscrições em árabe presa uma janela.
A polícia australiana informou que um só homem armado mantém um número indeterminado de reféns no interior do café, indicando ser cedo para falar de uma operação terrorista.
Cinco reféns já abandonaram o café
Até agora, cinco pessoas já saíram do café em Sidney. Os primeiros três reféns aparentemente deixaram as instalações por uma porta lateral que estava a ser vigiada por um contingente policial fortemente armado, quase seis horas depois do início do impasse.
Imagens transmitidas pelas televisões mostraram, quase uma hora depois de três homens terem deixado o café, duas mulheres a saírem a correr do local.
No entanto, desconhece-se se os cinco reféns em causa escaparam ou se foram libertados.
O mesmo responsável informou que nenhum contacto foi estabelecido com o sequestrador.
Terrorismo
A bandeira colocada à janela do café é parecida mas não totalmente igual à que é usada pelo grupo Estado Islâmico, que atua em regiões do Iraque e da Síria, de acordo com o correspondente de segurança da BBC Frank Gardner.
A Austrália participa da coligação liderada pelos Estados Unidos contra militantes do Estado Islâmico no Iraque, país que elevou o seu nível de ameaça terrorista em setembro.
As autoridades dizem haver indícios “consistentes com um evento terrorista”.
O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, considerou “profundamente chocante” que pessoas estejam “sendo mantidas reféns por um homem armado sob motivações políticas”.
“A Austrália é uma sociedade pacífica, aberta e generosa – nada deve mudar isso, e é por isso que eu gostaria de pedir que todos os australianos sigam as suas vidas normalmente”, disse ele na capital, Camberra.
Nas redes sociais, já foi criada a corrente #illridewithyou (“eu acompanho-te”), que incentiva as pessoas a defenderem os muçulmanos de tentativas de agressão em locais públicos por serem associados à causa do sequestrador.
ZAP / Lusa / BBC