A Argentina e o Brasil deverão anunciar nos próximos dias o início dos trabalhos de preparação para o desenvolvimento de uma moeda comum.
Segundo avançou o Financial Times, os dois países deverão começar a discutir os planos em Buenos Aires, capital da Argentina, cidade à qual se vai deslocar o Presidente do Brasil, Lula da Silva, para participar na cimeira dos países latinos-americanos, que inicia na terça-feira, com 33 nações.
O Brasil e a Argentina devem aproveitar a ocasião para falar sobre o moeda, que tem o nome de ‘sur’ – sul, em espanhol. De acordo com o jornal, embora a sugestão tenha partido do Brasil, há a vontade de convidar outros países da América Latina para participar.
“São o Brasil e a Argentina a convidarem o resto da região”, indicou a Financial Times Sergio Massa, ministro da Economia argentino. Contudo, fonte oficial do Ministério das Finanças do Brasil afirmou que não tem informação sobre um grupo de trabalho para uma moeda comum.
Caso a iniciativa se venha a concretizar, tratar-se-á do segundo maior bloco monetário do mundo, apenas ultrapassado pela Zona Euro. Uma moeda única na América Latina, que envolvesse todos os países, poderia representar cerca de 5% do produto interno bruto (PIB) mundial, explicou o jornal.
“Vai existir uma decisão para começar a estudar os parâmetros necessários para uma moeda comum, que incluem tudo, desde questões fiscais até à dimensão da economia e ao papal dos bancos centrais”, declarou Massa, acrescentando que “haverá um estudo sobre os mecanismos para a integração de comércio”.
No entanto, este deverá ser “o primeiro passo de uma longa integração pela qual a América Latina tem de passar”, esclareceu, exemplificando com o euro, que “demorou 35 anos” a ser implementado, para explicar como esta iniciativa de moeda comum pode ser demorada.