O ex-líder da bancada parlamentar do PSD terá usado a sua influência para beneficiar o genro de um dos seus parceiros de negócios. Pinto Moreira também aconselhou um sobrinho seu a invocar a sua relação familiar para obter uma certidão da autarquia de Espinho.
O deputado do PSD Joaquim Pinto Moreira, que também já foi vice-presidente da bancada parlamentar do partido, é suspeito de meter cunhas na Câmara de Ovar, também controlada pelo PSD e liderada por Salvador Malheiro.
A revelação consta dos mandados de indiciação feitos no âmbito da investigação aos negócios da Câmara Municipal de Espinho, que já levou a cinco detenções, incluindo Miguel Reis, o autarca socialista que entretanto renunciou ao mandato. Joaquim Pinto Moreira liderou a câmara antes de Miguel Reis.
O Correio da Manhã avança que esta suspeita remonta a uma altura em que Pinto Moreira já tinha abandonado a autarquia de Espinho e era deputado. Um dos casos terá acontecido a 19 de abril de 2022, quando o deputado se terá encontrado com o vereador do Urbanismo de Ovar para lhe pedir que passasse por cima de um obstáculo referente ao licenciamento de uma obra do genro de Manuel Salgueiro, um parceiro de negócios de Pinto Moreira.
O deputado também já teria garantido a um dos sócios do escritório de arquitetura envolvido na Operação Vórtex em março que iria usar a sua influência junto do mesmo vereador para resolver o problema, apesar do projeto contrariar o PDM. Pinto Moreira terá ainda confirmado que teve sucesso na sua missão nas escutas telefónicas a uma conversa com um membro do gabinete de arquitetura.
Também em abril do ano passado, o deputado social-democrata terá aconselhado um sobrinho seu que precisava de uma certidão da Câmara de Espinho a invocar a sua relação de parentesco de forma a conseguir o documento. A certidão em causa era necessária para o seu sobrinho obter um empréstimo bancário.