Dezenas de pessoas já morreram devido ao chamado “ciclone bomba” que está a afetar os Estados Unidos. Este é um fenómeno ao qual já se assistiu em Portugal.
Pelo menos 34 pessoas morreram devido à tempestade “Elliot” nos Estados Unidos, número que deverá aumentar nos próximos dias, porque muitas casas estão submersas pela neve e dezenas de milhares de habitações e empresas ficaram privadas de energia.
A expressão da tempestade tem sido quase sem precedentes, estendendo-se desde os Grandes Lagos, perto do Canadá, até ao Rio Grande, ao longo da fronteira com o México.
Cerca de 60% da população norte-americana enfrentou algum tipo de aviso meteorológico e as temperaturas desceram drasticamente abaixo do normal desde o leste das Montanhas Rochosas até aos Apalaches, de acordo com o Serviço Meteorológico Nacional.
Milhares de viajantes ficaram em terra em resultado de quase dois mil cancelamentos de voos, confirmados e esperados, devido ao “ciclone bomba” — fenómeno relacionado com uma rápida queda da pressão atmosférica numa tempestade forte — que se desenvolveu a partir da região dos Grandes Lagos.
Um total de 1.707 voos domésticos e internacionais foram cancelados desde o ínício da tempestade, de acordo com o site de rastreio FlightAware.
A tempestade foi particularmente intensa em Buffalo, uma cidade a norte do estado de Nova Iorque, com ventos ciclónicos e queda de neve que paralisou os esforços de resposta de emergência.
A governadora de Nova Iorque, Kathy Hochul, informou que quase todos os camiões dos bombeiros da cidade ficaram retidos no sábado.
Entretanto, a tempestade, gerada por uma frente de ar ártico, começou hoje a abrandar depois de causar, à sua passagem, temperaturas abaixo de zero do Canadá ao Texas, assim como fortes nevões e ventos fortes que afetaram a rede elétrica e a aviação. Hoje de manhã, cerca de 200.000 habitações e escritórios ainda estavam sem energia elétrica.
Em várias cidades da Costa Leste e mesmo na Florida os termómetros atingem mínimos que não eram vistos desde o Natal de 1983.
A tempestade movia-se hoje lentamente para leste à medida que enfraquecia, embora as temperaturas permanecessem geladas e abaixo do normal nas zonas leste, centro e sul do país.
Este fenómeno até já aconteceu em Portugal, como recorda o Público, ainda que não com tempestades de neve como nos EUA. Por cá, o fenómeno tem sido sobretudo acompanhado de ventos fortes e agitação marítima.
Texas envia autocarro de imigrantes para Kamala Harris
Três autocarros com imigrantes foram enviados pelo governador republicano do Texas para Washington, na véspera de Natal, e um deles parou hoje em frente à residência oficial da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, informaram meios de comunicação locais.
O governador Estado do Texas, Greg Abbott, tem enviado dezenas de autocarros com migrantes para Estados governados por democratas, desde abril, como forma de protesto contra a política de imigração de Joe Biden, um gesto amplamente criticado por organizações de direitos humanos, nos Estados Unidos.
As pessoas que hoje desembarcaram dos autocarros foram rapidamente atendidas por organizações sociais que há meses ajudam esses migrantes com roupas, alimentos e abrigo.
Alguns migrantes chegaram a Washington vestidos apenas com uma camisa, em plena tempestade de inverno que atingiu o país, causando o Natal mais frio das últimas décadas, informou a CNN.
Esta semana, vários estados do país governados por republicanos, incluindo o Texas, conseguiram na justiça adiar a suspensão do Título 42, uma política federal de saúde que permite expulsar de forma expressa as pessoas que atravessam a fronteira em situação irregular, sem pedir asilo.
Esta regulamentação, aplicada pela administração de Donald Trump, e também usada por Joe Biden, deveria ter deixado de ser aplicada em 22 de dezembro por ordem judicial, mas o Supremo Tribunal congelou a decisão.
Nos últimos dias, milhares de pessoas cruzaram a fronteira com o México e muitas concentraram-se na cidade de El Paso (Texas), onde tiveram de dormir ao ar livre, apesar das baixas temperaturas, acrescentam meios locais de comunicação.
ZAP // Lusa