Primeiro-ministro esteve no jantar do grupo parlamentar do PS e sublinhou que o Governo já gastou tanto como nos tempos da pandemia.
“Este ano, em medidas extraordinárias, já gastámos tanto como as medidas extraordinárias como tivemos de gastar para fazer face à COVID. E conseguimos fazer isso sem aumento de impostos”.
Palavras de António Costa, que na noite passada esteve no jantar de natal do grupo parlamentar do Partido Socialista, em Lisboa.
O primeiro-ministro repetiu que o défice (1,5%) vai ficar abaixo do previsto (1,9%), apesar dessas medidas extraordinárias devido à inflação.
“Como demonstrámos em 2016, 2017, 2018 e por aí fora, as nossas previsões, mesmo quando acham que são optimistas, são surpreendidas pela realidade que é sempre melhor“, declarou.
Faltam poucos dias para 2023 começar. Um ano incerto mas menos condicionado: “Vamos poder encarar a incerteza do próximo ano menos condicionamos do que estaríamos se, neste ano, não tivéssemos controlado o défice ou se a dívida tivesse continua a aumentar”.
Ter um défice “melhor” e com uma dívida “menor do que as melhores expectativas” tem um nome: “Chama-se gerir com prudência”.
“Temos de manter esta trajectória porque não podemos eliminar os factores de incerteza. Quando o cenário é de incerteza, torna-se fundamental manter as certezas. E a primeira certeza é a de manter o rumo do nosso programa, a certeza da boa gestão das finanças públicas e a certeza de honrar os compromissos assumidos”, continuou o secretário-geral do PS.
No entanto, Portugal não se pode esquecer do que é estar “exposto aos mercados”.
“O preço que o país pagou foi muito levado e não queremos repetir. Temos de manter esta trajectória”, repetiu.
Para combater as sucessivas subidas das taxas de juro e a diminuição de compra de dívida pública por parte do Banco Central Europeu, é necessário reagir: “Para não vivermos angustiados, temos de ter uma determinação muito firme de continuar a reduzir sustentadamente a nossa dívida e de estarmos menos expostos a essa volatilidade”.
No final do discurso de quase meia hora, soltou a frase: “Já provei que não estou cansado”.
Foi um comentário descontraído, depois de na semana passada ter admitido que a sua pergunta a uma jornalista sobre Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, não lhe ter telefonado durante as cheias na capital – “a minha casa ficou inundada” – ter sido consequência do cansaço.
«…O sistema político da Constituição de 1976 está gasto, transformou a Democracia, Esperança do 25 de Abril, num “ancien régime”.
Transformou-A numa partidocracia subordinada a várias oligarquias, onde impera o poder do dinheiro e não o Primado da Pessoa Humana, nem a soberania do Povo.
O Estado Social vem sendo descaradamente destruído e agravam-se as desigualdades sociais.
Os menos esclarecidos julgam que os centros de decisão mais importantes ainda estão nos Partidos, e não, como agora, nas sociedades secretas cujos interesses financeiros, protegidos por uma desregulação selvagem, dominam o Estado.
Portugal, por culpa da passividade e da incompetência, foi transformado num protectorado de uma Europa sem coragem de se autoconstruir, afundada no Relativismo e rejeitando Princípios, Valores e Ideologias.
Está assim comprometido o Interesse Nacional e o Bem Comum dos Portugueses.
Também a posse das máquinas informativas pelos poderes aqui denunciados, ajuda a convencer os Portugueses de que não há outro caminho de Regeneração, de Democracia e de Desenvolvimento Integral da Pátria, a não ser o deste percurso de “apagada e vil tristeza” por onde nos forçam os “velhos do Restelo” do século XXI português.
Os socialmente mais débeis são os mais covardemente atingidos e sofredores, porque assim o escolheram as oligarquias e as sociedades secretas.
A crise tinha de ser enfrentada, mas não desta maneira de genocídio social…» – Alberto João Jardim in «A Tomada da Bastilha»
Costa falou, e disse nada, como é habitual. Por isso é que não se cansou.