A primeira vez que a expressão “merry Christmas” (“feliz Natal”) foi usada foi 14 anos antes do que se pensava, pelo bispo de Hereford Charles Booth.
Porque é dizemos “feliz Natal”? A expressão tem uma força característica, sendo amplamente usada em praticamente todo o mundo. No entanto, historiadores e linguistas não conseguem identificar exatamente porque é que desejamos um feliz Natal — ou, em inglês, Merry Christmas.
Acredita-se que a saudação remonta a 1534, em Londres, altura em que a expressão foi usada numa carta enviada pelo bispo John Fisher ao ministro-chefe de Henrique VIII, Thomas Cromwell. “E este nosso Senhor Deus lhe deseja um feliz Natal”, escreveu Fisher, à data.
Pelo menos era este o entendimento dos especialistas, que agora parece mudar após uma recente descoberta. Agora, a Catedral de Hereford revelou evidências de que foi o primeiro local onde se desejou um feliz Natal, segundo o The Telegraph.
Em causa está uma descoberta de Elizabeth Semper O’Keefe, arquivista da Catedral de Hereford. Enquanto procurava factos natalícios em preparação para um evento de Natal na catedral, O’Keefe descobriu uma carta do bispo de Hereford Charles Booth, do século XVI, para um colega.
Booth começou a carta ao seu colega clérigo, um cónego local, com a frase “I pray God you may be in all good charity and merry this Christmas” [“Peço a Deus que você tenha toda a boa caridade e felicidade neste Natal”].
Assim, a carta de Booth foi escrita 14 anos antes de Fisher ter usado a expressão na sua carta. O uso do termo refletia as suas origens religiosas e as suas origens um tanto mais formais e espirituais, explica o jornal inglês.
“Acho que é uma frase adorável”, disse O’Keefe. “É interessante ver como ela se desenvolveu a partir desse tipo de invocação orante de Deus para o nosso uso muito mais casual, que escrevemos um milhão de vezes nos nossos postais de Natal”.
Acredita-se que a canção, “We Wish You A Merry Christmas“, também tenha surgido na mesma época, mostrando a sua popularidade crescente em comparação com termos mais antigos, como “a natividade do Nosso Senhor”.
“Ambas as referências são sobrevivências do uso inicial dessa frase, e obviamente estava a começar a tornar-se amplamente usada de tal forma que ambos os bispos a estavam a colocar nas suas cartas administrativas do dia-a-dia e trata-se de uma questão de probabilidade quais cartas sobrevivem”, disse ainda a arquivista da Catedral de Hereford.