Francesco Brambilla, de 93 anos, nunca esquecerá a primeira vez em que descobriu o YouTube e um vídeo anónimo do dia anterior à partida do regimento para a frente russa, em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial.
O filho de Francesco, Fausto Brambilla, “apresentou” a rede social de partilha de vídeos ao pai porque queria que ele visse “como basta escrever o nome daquilo que se quer procurar para se encontrar”, contou Fausto ao jornal Il Corriere della Sera, que publicou a história.
“Desde que o meu pai vive confinado à sua casa, viaja profundamente nas memórias, especialmente ‘naqueles anos’. Os anos da guerra, da frente, de grande reclusão na Rússia”, disse.
Na página do motor de busca Google e com a prometida oportunidade de encontrar aquilo que se deseja, Fausto contou como o pai foi direto: “experimenta com Sforzesca, o meu regimento durante a guerra”.
Um dos resultados foi um vídeo, de 1942, com o título “Caserna Passalacqua”, a branco e preto, onde centenas de soldados se despedem dos familiares, prontos para a batalha. No vídeo pode ver-se Francesco, sentado, à espera da partida do regimento de infantaria para a frente russa.
A campanha da Rússia, uma das mais importantes da Segunda Guerra Mundial, recebeu 230 mil soldados italianos, dos quais 114 mil morreram. “Olha para nós. Somos nós, somos aqueles que mandavam para morrer. Eu sou o único da minha terra que voltou para casa vivo”, disse Brambilla.
/Lusa