Uma queda anunciada há muito e confirmada por um juiz nos EUA. A abalada Elizabeth, grávida, é condenada aos 38 anos.
Theranos. A empresa que supostamente iria revolucionar a indústria de diagnósticos de saúde foi criada por Elizabeth Holmes.
A empresária aparecia como uma promessa do mundo empresarial, à escala global. Iria ser a nova Steve Jobs, de acordo com os especialistas.
Mas, afinal, era uma fraude. Fazia apresentações falsas e enganadoras aos investidores, em demonstrações de produto, em artigos na comunicação social… Em todo o lado.
Fez propaganda de um suposto equipamento portátil de análise sanguínea, o teste Edison, que poderia fazer testes sanguíneos aprofundados a partir de umas gotas de sangue do dedo, revolucionando a indústria de análise sanguínea.
Era falso. O potencial era menor do que anunciava. O tal equipamento só realizava poucos testes e a sua empresa fazia a maior parte dos testes dos pacientes com equipamentos fabricados por outras empresas.
E também era falsa a parte em que Elizabeth Holmes anunciava que as Forças Armadas dos EUA já estavam a utilizar a sua tecnologia.
Enganou médicos e pacientes, propositadamente. E exagerava quando falava sobre o rendimento financeiro da Theranos.
Protagonizou uma elaborada e prolongada fraude em que se exagerou ou se prestou informações falsas sobre o desempenho tecnológico, empresarial e financeiro, de acordo com as autoridades nos EUA.
No início pagou uma multa de 500 mil dólares e foi impedida de ser directora de empresas durante 10 anos – enquanto a sua empresa, a Theranos, fechou (chegou a valer 8.5 mil milhões de dólares).
Isto foi em 2018. Já no início deste ano, Elizabeth Holmes foi considerada culpada de três acusações de fraude de escuta telefónica e de uma acusação de conspiração para cometer fraude de escuta telefónica.
Não achou justa a sentença, pediu um novo julgamento, mas o desfecho foi mesmo negativo para si: 11 anos de prisão. A decisão foi conhecida nesta sexta-feira, num tribunal na Califórnia.
“Estou arrasada por causa dos erros que cometi. Sinto uma dor profunda pelo que as pessoas passaram por minha causa, falhei. Arrependo-me dos meus erros com cada célula do meu corpo”, disse em tribunal uma abalada empresária de 38 anos – que está grávida.
O juiz disse a Elizabeth Holmes que ela é “brilhante”. Mas “cometer fraude não está correcto”.