A descoberta de quatro fósseis com 514 milhões de anos que preservaram os tecidos moles na China dá pistas sobre o surgimento dos esqueletos dos animais.
Um novo estudo publicado na Proceedings of the Royal Society B Biological Sciences descobriu finalmente qual foi o primeiro animal a desenvolver um esqueleto. A vida na Terra explodiu em diversidade há 540 milhões de anos, quando os primeiros esqueletos animais se começaram a formar.
A falta de registos fósseis têm dificultado a descoberta de qual foi o primeiro animal a criar um esqueleto, mas uma equipa de arqueólogos conseguiu agora descobrir na China quatro fósseis de criaturas que viveram há cerca de 514 milhões de anos, relata o Science Alert.
Os fósseis em causa preservaram os tecidos moles de quatro criaturas marinhas semelhantes a minhocas, da espécie Gangtoucunia aspera. Inicialmente, os cientistas achavam que este animal era um familiar das minhocas modernas, que são segmentadas horizontalmente.
No entanto, os resultados das análises sugerem que a criatura é mais próxima de animais marinhos, como medusas ou corais. A forma dos animais é moldada externamente por um mineral duro conhecido como fosfato de cálcio, que também está presente nos ossos humanos.
“Esta é uma descoberta de um milhão. Estes tubos misteriosos são frequentemente encontrados em grupos com centenas de indivíduos, mas até agora foram vistos como ‘fósseis problemáticos’ porque não tínhamos forma de os classificar. Graça a estes exemplares extraordinários, uma peça importante no puzzle evolutivo foi finalmente colocada no lugar”, explica o paleobiólogo Luke Parry.
Os fósseis foram descobertos no leste da província de Yunnan na China, onde a falta de oxigénio protegeu os tecidos moles das bactérias. Os investigadores concluíram que a criatura é um pólipo antigo do fundo do mar próximo de uma subcategoria de de cnidários conhecido como medusozoa, onde se incluem as medusas ou as alforrecas.
As colónias de pólipos do fundo do mar também podem desenvolver esqueletos semelhantes aos encontrados nos fósseis usados na pesquisa. “Curiosamente, não vimos uma relação próxima entre a Gangtoucunia num clade com outros medusozoanos com exoesqueletos de fosfato de cálcio”, escrevem os autores.
Este fator indica que os exoesqueletos provavelmente não evoluíram forma linear e de uma só vez, mas que surgiram várias vezes em múltiplas linhagens diferentes.
A descoberta indica que os animais em forma de tubo e semelhantes às minhocas surgiram antes da explosão na diversidade animal no período Câmbrio. Ainda não se sabe ao certo o que desencadeou a expansão da vida, mas os cientistas suspeitam que a forma em tubo tenha sido uma resposta evolutiva para os animais se protegerem dos predadores.
Bom dia.Parabens e muito obrigado pelo artigo sobre descoberta de um animal que viveu há 514 milhões de anos..Muito importante e interessante.para compreender a Evolução dos animais..Talvez os Filos após os Cnidários não tenham um ancestral comum..Haveria dois ou mais ancestrais para cada novo Ramo ou Filo..Att