Ao longo dos últimos 12 meses, o Serviço Nacional de Saúde já pagou qualquer coisa como 26 milhões de euros pelo medicamento, atualmente em risco de escassez.
O uso indevido de um medicamento aprovado e comparticipado em Portugal para o tratamento da diabetes tipo 2, nos casos em que está está mal controlada, para casos de perda de peso está a resultar em fortes perdas para o Serviço Nacional de Saúde e a causar disrupções no abastecimento do mercado.
De acordo com o noticiado pelo jornal Público, a substância ativa deste fármaco, a semaglutido, é vendida numa caneta injetável e tornou-se viral através das redes sociais, com especial destaque para o TikTok, onde muitos utilizadores, sobretudo os jovens partilham vídeos com os resultados da dieta, exibindo corpos cada vez mais magros.
A mesma fonte avança que em Portugal cada embalagem custa cerca de 120 euros, no entanto, este pode ser adquirido por cerca de 12 euros caso seja comparticipado (em 90%).
A prova do fenómeno está patente nos dados fornecidos pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), onde é visível que nos primeiros sete meses do ano o SNS já pagou 18,2 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde, mais do dobro dos encargos do ano anterior (7,5 milhões).
Diversos estudos científicos têm associado a obesidade à diabetes. De acordo com um estudo publicado em 2020, o Índice de Massa Corporal é a principal causa modificável de diabetes —ou seja, o principal fator causador de diabetes que o ser humano pode alterar.
O IMC é um fator de risco muito mais poderoso para a diabetes do que a predisposição genética”, concluiu na altura o autor principal do estudo, Brian Ference. Segundo o cientista, pode ser possível reverter a diabetes perdendo peso nos estágios iniciais, antes que ocorram danos permanentes.
No entanto, algumas pessoas estão a tentar fazer o contrário: reverter o excesso de peso “perdendo diabetes“.
Isto é totalmente inaceitável. A notícia não esclarece se este medicamento é sujeito a prescrição médica mas presumo que não seja, dado que a notícia refere que custa 120 mas comparticipado custa apenas 12 euros. Logo, poderá ser vendido sem ser comparticipado (presumo que o caso de sem receita). Os casos em que este medicamento foi prescrito deveriam ser analisados e identificadas as situações quem não o devia ter sido.
É inaceitável andaram sempre a queimar o nosso dinheiro. Tem de haver consequências disto!