O Índice de Massa Corporal é a principal causa modificável de diabetes, sugere um novo estudo. Quanto maior o IMC, maior é o risco de desenvolver a doença.
O Índice de Massa Corporal, ou IMC, é o método mais prático e usual que permite relacionar o peso com a altura de um indivíduo. É definido como o peso total do indivíduo dividido pelo quadrado da sua altura. Um novo estudo sugere que o IMC é, na verdade, a principal causa modificável de diabetes, ou seja, o principal fator causador de diabetes que o ser humano pode alterar.
Para chegar a esta conclusão, os investigadores recorreram aos dados de 445.765 pessoas do UK Biobank. A média de idades era 57,2 anos e 54% das pessoas eram mulheres.
Segundo o Tech Explorist, os participantes foram divididos em cinco grupos de acordo com o risco genético de diabetes. Além disso, foram também isolados em cinco grupos de acordo com o seu Índice de Massa Corporal. Os participantes foram observados até uma idade média de 65,2 anos. Nesse período, 31.298 pacientes desenvolveram diabetes tipo 2.
Os cientistas verificaram que os participantes no grupo com o IMC mais alto tinham um risco 11 vezes maior de desenvolver diabetes em comparação com as pessoas do grupo com o menor IMC.
“As descobertas indicam que o IMC é um fator de risco muito mais poderoso para a diabetes do que a predisposição genética”, concluiu o autor principal do estudo, Brian Ference. Os resultados do estudo foram apresentados no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia de 2020.
“Isto sugere que quando as pessoas ultrapassam um certo limite de IMC, a sua probabilidade de desenvolver diabetes aumenta e permanece no mesmo nível de alto risco, independentemente de quanto tempo estão com excesso de peso”, acrescentou Ference. Assim, a duração de um IMC elevado não afeta o risco de diabetes.
O limite mencionado por Ference pode variar de pessoa para pessoa. Para prevenir a diabetes, o investigador sugere controlar tanto o IMC como os níveis de açúcar no sangue.
“Também pode ser possível reverter a diabetes perdendo peso nos estágios iniciais, antes que ocorram danos permanentes”, ultimou o cientista da Universidade de Cambridge, em Inglaterra, e Milão, em Itália.