A rainha da Dinamarca abriu fendas na família com a decisão de tirar os títulos reais aos netos que não estão na linha directa para o trono. A tendência de “emagrecimento” das famílias reais está a espalhar-se pela Europa.
A partir de 1 de Janeiro de 2023, os filhos do Príncipe Joaquim, o segundo filho da rainha da Dinamarca, vão perder os títulos reais. Assim, os Príncipes Nicolau, Félix e Henrique e a Princesa Atena vão passar a ser só Condes e Condessa.
A ordem partiu da própria rainha Margaria II, que é agora a monarca europeia com o reinado mais longo após a morte de Isabel II de Inglaterra. Num comunicado, a corte dinamarquesa justifica a decisão da rainha lembrando as “adaptações semelhantes que outras casas reais têm implementado em anos recentes”.
Em declarações aos jornalistas depois do anúncio, a monarca dinamarquesa, de 82 anos, revelou que já estava a ponderar há algum tempo avançar com a mudança. “É uma consideração que já tenho há muito tempo e acho que será bom para eles e para o seu futuro. Essa é a razão”, explicou.
Apesar disto, os familiares da rainha afectados pela decisão parecem ter sido apanhados de surpresa. O filho, a ex-nora e um dos netos da rainha já manifestaram publciamente a sua tristeza com a escolha da monarca.
“Estamos todos confusos com a decisão. Estamos tristes e em choque. Isto veio do nada. As crianças sentem-se ostracizadas. Não conseguem entender por que é que a sua identidade lhes está a ser tirada“, afirmou Alexandra, condessa de Frederiksborg e ex-mulher do Príncipe Joaquim, num comunicado citado pela People.
O próprio filho da rainha lamentou a decisão. “Estamos todos muito tristes. Nunca é divertido ver os meus filhos a serem mal-tratados desta forma. Estão numa situação que não entendem”, queixou-se Joaquim, que revela que recebeu o aviso só com cinco dias de antecedência. “Em Maio mostraram-me um plano que previa que isto acontecesse quando fizessem 25 anos. A Atena faz 11 anos em Janeiro”, acrescenta.
O neto mais velho afectado pela escolha, o Príncipe Nicolau de 23 anos, também diz que os seus irmãos estão “muito tristes” com a mudança.
A escolha de Margarida II vem na veia de uma decisão semelhante feita pelos vizinhos suecos, onde o rei Carlos XVI Gustavo anunciou em Outubro de 2019 que todos os seus netos à excepção dos filhos da Princesa Vitória, que é a mais velha e a herdeira do trono, perderiam os títulos e deixariam de ter obrigações enquanto membros da família real.
Ao contrário da situação na Dinamarca, na Suécia a mudança foi bem-recebida pelos membros da família que a encaram como uma oportunidade para as crianças terem uma vida normal enquanto cidadãos privados.
Monarquia britânica pode ser a próxima a emagrecer
Tanto no exemplo dinamarquês como sueco, a lógica é a mesma — cortar quem não está na linha directa para o trono e só dar títulos reais aos herdeiros e aos filhos dos herdeiros.
Pode uma mudança semelhante ser feita na realeza britânica? Tudo indica que sim, dado que já desde 1999 que se fala dos planos do Príncipe Carlos para emagrecer os membros activos da família.
A historiadora real Marlene Koenig revela à revista Hello que “há sinais há muito tempo” de que a realeza britânica pode cortar nos seus membros a tempo inteiro, no seguimento da tendência começada por países como a Bélgica, os Países Baixos, Espanha e a Noruega.
Koenig acredita que haverá um “anúncio bombástico” ainda antes da coroação de Carlos que só dará títulos reais aos filhos do soberano e aos filhos do herdeiro directo — ou seja, só William e Harry e os filhos de William terão direito aos títulos.
Assim, isto implicaria que os filhos do Príncipe Harry e de Meghan Markle não teriam direito aos títulos, algo que já se especula visto não terem recebido automaticamente os títulos de Príncipe e Princesa com a morte da rainha.
No entanto, é de esperar que qualquer decisão neste sentido seja bem ponderada e decidida em conjunto com o casal, especialmente depois das acusações feitas por Meghan Markle na entrevista com Oprah Winfrey de que foi negado um título de Príncipe filho Archie devido à cor da sua pele. Caso Carlos avance com este corte na família de forma unilateral, a medida pode ser interpretada como uma retaliação.
Para além dos filhos de Harry, as Princesas Beatrice e Eugenie, filhas do Príncipe André também devem ser afectadas. A decisão de se lhes dar títulos reais já foi debatida nos anos 90, quando ficou estipulado que não seriam membros activos da família real.
Perante a pobreza que reina cada vez mais no mundo, estes privilégios absurdos de uns poucos são ultrajantes. Um pouco de bom gosto, já que não têm bom senso… Quanto à rainha da Dinamarca, parece ser ajuizada. Já o tal filho, deve ser um tonto…