Brasileiros votam hoje na primeira volta das presidenciais

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Fernando Bizerra / EPA

O Brasil realiza hoje a primeira volta das eleições gerais que definirão o próximo Presidente do país, os governadores dos seus 27 estados e centenas de parlamentares que vão compor as casas legislativas federais e estaduais.

Na disputa pela Presidência brasileira ocorrerá o embate entre o atual chefe de Estado e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, e o antigo presidente Luis Inácio Lula da Silva.

O confronto gera expetctativas face à polarização que divide o país entre a direita radical que apoia o atual governante e as esquerdas lideradas pelo candidato do Partido dos Trabalhadores (PT).

Sondagens divulgadas na última semana antes do sufrágio indicam a possibilidade de uma vitória de Lula da Silva, que tem cerca de 48% das intenções de voto e Bolsonaro com o apoio de cerca de 36%, na primeira volta, se o candidato do PT conseguir atingir 50% dos votos válidos mais um.

No entanto, variáveis como a abstenção e o voto dos indecisos poderão provocar a realização de uma segunda volta em 30 de outubro.

Além de Lula da Silva e Jair Bolsonaro, disputam também as presidenciais brasileiras os candidatos Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D’Ávila, Soraya Tronicke, Eymael, Padre Kelmon, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.

Nestas eleições gerais, pela primeira vez todas as secções eleitorais do Brasil funcionarão das 8:00 às 17:00 de Brasília, capital do país, o que obrigará cidades localizadas em fusos horários diferentes a adequarem o horário de votação.

Neste sufrágio estão em jogo também os governos dos 27 estados do país, em disputas protagonizadas por candidatos muito diversos, e as eleições regionais podem-se definir já na primeira volta se um candidato alcançar mais de 50% dos votos nos estados, ou terminar em 30 de outubro quando ocorre a segunda volta das eleições para cargos executivos.

Os brasileiros também elegerão 513 integrantes da Câmara dos Deputados, farão uma renovação parcial do Senado elegendo 27 novos membros, e escolherão centenas de parlamentares regionais que atuarão nas assembleias legislativas dos estados.

Sondagens e expectativas

O Brasil vai a votos com a possibilidade de Lula da Silva, que lidera as sondagens, ser eleito logo à primeira volta — gerando a expectativa de saber se o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, reconhecerá a votação.

A acreditar nas sondagens, Lula não terá de ‘roubar’ mais votos à chamada terceira via política, personificada por Ciro Gomes (com 6% das intenções) e por Simone Tebet (5%), para poder festejar já este domingo.

O sentimento das campanhas parece também estar em sintonia com as sondagens.

Em incógnita permanece a possibilidade de Jair Bolsonaro aceitar, ou não, os resultados das eleições de domingo e o debate de quinta-feira serviu para acentuar essas dúvidas.

A candidata Soraya Thronicke questionou Bolsonaro sobre se respeitará os resultados da eleição e se pretende fazer um golpe de Estado e ficou sem resposta por parte do Presidente brasileiro, que tem questionado reiteradamente o sistema de votação eletrónica que o Brasil adotou há quase três décadas e que o elegeu, por várias vezes, para a Câmara de deputados e mais recentemente para a Presidência da República.

Ainda na quinta-feira, numa das suas habituais ‘lives’ nas redes sociais, Bolsonaro chamou de “canalha” e de “sem vergonha” ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o órgão responsável pela organização das eleições, Alexandre de Moraes.

O Presidente brasileiro acusou ainda Moraes de ter vínculos políticos com Geraldo Alckmin, candidato a vice-presidente do antigo chefe de estado Luiz Inácio Lula da Silva. “Alexandre, você tem todo um passado no governo Alckmin e por isso quer um presidente refém. Você abusa do poder com baixeza“, disse Bolsonaro.

Moraes foi secretário de Segurança Pública de São Paulo enquanto Alckmin era governador deste estado brasileiro.

No dia anterior, em outra transmissão em direto nas redes sociais, levantou mais uma vez a sua voz contra o sistema de votação eletrónica.

Apesar do acompanhamento das Forças Armadas“, que participam no processo eleitoral, “não pudemos deixar a possibilidade de fraude a zero”, disse Bolsonaro.

A acrescentar, umas das frases que marcaram a campanha, proferida dia 18 de setembro, o chefe de Estado brasileiro afirmou que se não obtivesse 60% dos votos, “algo de anormal aconteceu dentro do TSE“, levantando mais uma vez suspeitas de que poderá estar a criar o cenário para ‘uma invasão do Capitólio‘, como aconteceu nos Estados Unidos.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Um golpe de estado? Pura tolice, para existir teria que ter o apoio da democrática USA e não me parece que o tempo americano seja propício ao apoio de golpes de estado fascistas na América do Sul. Pareceria muito mal, considerando o que se passa hoje na colónia Europa.

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