Saldo positivo raro no 1.º semestre. Governo pode cortar mais o défice

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António Pedro Santos / LUSA

Fernando Medina

Primeiro saldo positivo no semestre inicial em praticamente 50 anos. Défice previsto, e repetido, pelo Governo situa-se nos 1,9%.

O Produto Interno Bruto (PIB) português registou, no primeiro semestre de 2022, um excedente de 0,8%, quase 900 milhões de euros.

É a primeira vez que o semestre inicial em Portugal termina com excedente em quase 50 anos, desde 1973.

Para este valor contribuiu muito o excedente de 1,9% do PIB no segundo trimestre deste ano, entre Abril e Junho – grande subida na receita fiscal, devido à inflação, que origina maiores cobranças de impostos indirectos, como o IVA.

Assim, com estes valores, é provável que o Governo corte mais o défice em 2022 do que estava previsto, sublinha o jornal Público.

Fernando Medina, ministro das Finanças, tem repetido que o défice vai ser de 1,9%, apesar das consequências da guerra na Ucrânia. O défice total deverá ser próximos dos 4.412 milhões de euros.

No entanto, com esta margem maior do que seria suposto, o défice poderá ser menor. O Conselho das Finanças Públicas previu nesta semana que o défice orçamental vai rondar os 1,3% em 2022, menos 0,6% do que os números partilhados pelo Governo socialista.

Para o PIB terminar o ano em terreno negativo, seria preciso que o segundo semestre terminasse com um saldo negativo de mais de 5 mil milhões de euros.

Há cenários que podem ajudar para essa descida: o impacto orçamental dos pacotes de apoio às famílias e às empresas, abrandamento da economia, subida da factura com juros que poderá ser suportada pelo Estado e aumento do preço de bens e serviços (inflação) adquiridos pelo Estado.

ZAP //

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5 Comments

  1. É engraçado… fala-se muito em taxar os lucros excessivos das empresas do setor da energia mas ninguém fala em reduzir as receitas excessivas do Estado Português

    • Desde que utilizem essas receitas excessivas para abater à dívida soberana, tudo bem.
      Se utilizarem essas receitas excessivas para esbanjarem então estamos mal.

      • A lógica na execução orçamental tem de ser:
        Amealhar quando a economia está bem para gastar/apoiar os agentes quando há uma crise.
        Em Portugal, invariavelmente, faz-se ao contrário.

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