Luís Filipe Vieira vai publicar um livro onde fala dos seus dias na cadeia, sem esquecer também a sua saída da presidência do Benfica. Em A verdade de Vieira”, o ex-dirigente desportivo faz algumas revelações sobre os dias detidos e deixa críticas a Rui Costa.
O actual presidente do Benfica, Rui Costa, “não domina nada, está dependente de resultados, o que nunca aconteceu comigo”. Esta é uma das frases do livro de Vieira que ainda não está nas bancas e que é antecipado, em primeira mão, pelo Correio da Manhã (CM).
“No primeiro ano deram-lhe o benefício da dúvida, mas se esta época não correr bem, o Rui salta fora logo, não lhe vão perdoar. E há pessoas na direcção do Benfica que não ajudam”, critica ainda o ex-presidente do Benfica sobre uma direcção que, em grande parte, mantém a estrutura que ele próprio escolheu.
De resto, Rui Costa foi escolhido pelo mesmo Vieira para a direcção do clube, assumindo, na obra a ser lançada, que estava “tudo pensado”
para este ser o seu sucessor.
“O Rui podia dar estabilidade e toda a estrutura profissional que eu tinha montado, ia trabalhando por trás”, nota ainda.
Assim, Vieira nega aquela ideia de que Rui Costa era o seu “fantoche” na direcção do Benfica.
“O único fantoche era eu, que chegava às 7h da manhã e saía de lá à meia-noite. Se perguntarem aos funcionários do Benfica a que horas é que o Rui entrava… Ele chegava às 10.30, não almoçava, saía às 13, às 16 aparecia outra vez e às 19 já estava na rua”, atira Vieira, como cita o CM.
Há benfiquistas a pedir a expulsão de Vieira de sócio
Nas redes sociais, alguns benfiquistas consideram que as críticas de Vieira a Rui Costa são “óptimas notícias”, pois são “sinal de que o Rui está a fazer um bom trabalho, distanciando-se da forma de actuar do seu antecessor”.
Enquanto muitos criticam a atitude de Vieira, até porque foi ele quem escolheu Rui Costa para a estrutura do Benfica, alguns já pedem a sua expulsão de sócio do Benfica.
E quem pagava o ordenado do Rui Costa não era o presidente Vieira? Para servir de escudo, podia fazer tudo.
Rui Costa e a sua estrutura (mt ela de Vieira) passam a vida a falar em união, união, queres união é convocar uma AG para expulsar Vieira de sócio. Motivos não faltam https://t.co/2uRLwkZKgY
— Ricardo Solnado (@RSolnado) September 22, 2022
Vieira novamente a criticar Rui Costa?
Ótimas notícias. É sinal de que o Rui está a fazer um bom trabalho, distanciando-se da forma de atuar do seu antecessor.
(já agora: para quando a expulsão de sócio de LFV?)
— Bonifácio ™ (@SLBonifacio) September 22, 2022
Estranho era um presidente do Benfica não estar dependente de resultados. Vieira escuta, és um filho da pu**!
— Fabrizio Garoto (@garotaoslb) September 22, 2022
Sabem como é que o Rui Costa lixava o Vieira? Fazia uma auditoria externa!!!! A não ser que…
— joao. (@alf_jons) September 22, 2022
A benesse do “comandante benfiquista” na prisão
No livro escrito pelos jornalistas João Moniz e Marta Martins Silva, ambos ligados ao CM, Vieira ainda fala dos dias que passou na prisão, contando, nomeadamente, como teve direito a uma excepção para poder tomar um banho quente.
No segundo dos três dias que passou detido na esquadra do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, em Moscavide, Vieira conta que “apareceu o comandante daquilo” que “era benfiquista”.
“Lá nos deixou tomar banho de água quente, o que foi muito bom, porque normalmente as pessoas ali só se lavam debaixo dos braços. Mas ele deu instruções aos agentes para nos deixarem tomar banho quente, porque na noite anterior tinha vindo um agente dizer: – Banho? Aqui não se toma banho! Aqui lava-se debaixo dos sovacos, veste a roupa e vai-se embora”, relata Vieira num excerto do livro citado pelo CM.
O ex-presidente do Benfica ainda conta que, na primeira noite detido, teve “um desarranjo intestinal motivado pelo stress e ansiedade de se ver naquela situação e de saber que também o filho estava detido”, como revela o mesmo jornal.
“Quando entrei na cela e percebi que estava ali, foi complicado. Só o barulho daquilo a fechar e abrir já me fazia confusão à cabeça”, conta ainda Vieira.
“Quando eu chego dizem-me logo que eu não posso estar calçado, que tenho de tirar os atacadores. Perguntaram-me se tinha algum medicamento para tomar e só pude ficar com os comprimidos que ia tomar de manhã, o resto tive de guardar tudo num espaço que eles têm para isso, nem relógio podia ter lá dentro. Deixei tudo, vesti o fato de treino que tinha”, refere também.
A cela tinha uns dez metros quadrados, não tinha janelas, contendo só uma cama de cimento, uma sanita e um lavatório em alumínio, sem “qualquer divisória para manter a privacidade dos detidos”, aponta também o jornal.