Organização sem fins lucrativos tinha compromissos com entidades, pagou pelo acordo, mas não conseguiu tirar 200 pessoas do Paquistão.
A Save Our Allies (salva os nossos aliados), organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos da América, contou em tribunal que foi enganada por empresas e pessoas.
A organização tinha acordo para retirar cerca de 200 afegãos, que estavam no Paquistão depois de terem fugido do regime talibã no Afeganistão.
Ficou tudo conversado e pago: a Save Our Allies pagou no total 735 mil dólares, informa o jornal The Washington Post.
O acordo foi feito com três empresas (uma de consultoria, uma de investimentos e uma de venda de imóveis) e com três pessoas – uma delas foi oficial no Corpo de Fuzileiros Navais. Com a garantia de que a organização sem fins lucrativos iria financiar boa parte do processo.
O acordo estava feito, o pagamento também, mas os elementos da organização ainda não conseguiram resgatar os afegãos.
Um dos visados terá garantido à Save Our Allies que tinha uma relação próxima com o governo do Qatar e que iria conseguir vistos duradouros para todos os refugiados. Mas depois de ter recebido o dinheiro, nada foi concretizado.
São acusados de nunca terem tido “capacidade ou intenção de ajudar os refugiados”. E há suspeitas de que tenham feito o mesmo a outras organizações do género.
Dois dos acusados asseguram que nada fizeram errado e um deles até conta que a sua empresa já gastou 1,5 milhões de dólares neste processo. A operação não continuou porque, alega, a Save Our Allies não enviou mais dinheiro.
Um dos acusados lembra que a sua empresa nunca assinou qualquer contrato. Outro classifica como “falsas” as acusações da organização e queixa-se de terem falsificado a sua assinatura num contrato.
Nesta altura, entre os que estão retidos no Paquistão, haverá apenas 32 afegãos com documentos prontos para viver noutro país – mas nos EUA, não no Qatar. O futuro dos outros refugiados é incerto e preocupante.
A Save Our Allies quer recuperar os 735 mil dólares gastos e tenta receber uma indemnização de 2.2 milhões por danos.
O processo está a ser analisado por tribunal federal no sul da Flórida.
