Plano de poupança de energia pode levar a poupança adicional de 5% no consumo de gás

José Coelho / Lusa

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro.

Medidas serão obrigatórias na administração pública. Executivo aprovou ainda investimento de 4,5 milhões para o porto de Sines.

O Governo revelou ontem as ideias principais do plano de poupança de energia. Entre as medidas estarão limitações à utilização de luzes decorativas, como as de Natal, e um uso mais eficiente dos sistemas de climatização.

As diretrizes finais não são no entanto totalmente conhecidas, sendo que o ministro do Ambiente e da Ação Climática informou que houve sugestões feitas por outros colegas do Governo que ainda terão de ser acolhidas e incluídas no documento final.

Ainda assim, Duarte Cordeiro acredita que as medidas poderão levar a uma poupança adicional de 5% no consumo de gás. O ministro adiantou que Portugal está no bom caminho no que toca à redução do consumo de gás.

A redução de horário de funcionamento das lojas, que ficou de fora das propostas, é uma das medidas que tem sido adotada em outros Estados-membros, e mereceu fortes críticas do comércio, avança o Diário de Notícias.

Para além disso, as medidas do plano de poupança de energia terão caráter obrigatório apenas na administração pública. No caso da administração local e setor privado, serão emitidas apenas recomendações.

Duarte Cordeiro salientou o compromisso que há de vários setores de atividade, de forma a contribuir para uma racionalização do consumo. No entanto, o ministro do Ambiente e da Ação Climática não descarta que as recomendações possam vir a ser coercivas, caso venha a ser necessário.

O plano de poupança de energia aprovado pelo Governo segue em linha com o compromisso europeu de reduzir o consumo de energia em 15%, para evitar eventuais problemas de abastecimento no inverno.

Duarte Cordeiro explicou ainda que o plano “tem como objetivo enquadrar medidas que já estavam a ser implementadas e acrescentar novas”, dando como exemplo o aumento das metas para a produção fotovoltaica e medidas existentes no PRR, como a descida do IVA para 6% para painéis fotovoltaicos.

O Conselho de Ministros aprovou ainda “um conjunto de medidas relacionadas com o reforço da segurança energética e promoção da eficiência energética”, acrescentou.

Uma das medidas inclui os investimentos necessários para o porto de Sines poder efetuar os transbordos de Gás Natural Liquefeito (GNL) para o resto da Europa. Essa iniciativa, que será realizada pela REN, gestora das redes energéticas nacionais, contempla uma verba de 4,5 milhões de euros.