Putin ausente das cerimónias fúnebres de Gorbatchov por não ter “agenda”

European Parliament / Flickr

Mikhail Gorbachov, último líder daUnião Soviética, o artífice da “perestroika” e da “glasnost”

“A agenda do presidente não permitirá que ele esteja lá”, disse o porta-voz do Kremlin. Na despedida a Gorbatchov haverá “elementos de um funeral de Estado”, incluindo uma “guarda de honra”, informou Dmitry Peskov.

O presidente russo, Vladimir Putin, estará ausente das cerimónias fúnebres do último líder da URSS, Mikhail Gorbatchov, marcadas para sábado, anunciou esta quinta-feira o porta-voz do Kremlin. “Sabemos que a cerimónia principal será a 3 de setembro, assim como o funeral, mas a agenda do presidente não permitirá que ele esteja lá”, disse Dmitry Peskov à imprensa em Moscovo.

Peskov adiantou que Putin deslocou-se esta quinta-feira ao Hospital Clínico Central em Moscovo, onde Gorbatchov morreu na terça-feira, para homenageá-lo e “colocar flores junto ao seu caixão”. O porta-voz do Kremlin adiantou que na despedida a Gorbatchov haverá “elementos de um funeral de Estado“, incluindo uma “guarda de honra”, e que estes serão organizados “com a ajuda do Estado”.

A agência TASS informou que o ex-chefe de Estado vai ser enterrado no cemitério Novodevichy, em Moscovo, ao lado da mulher.

Uma das figuras políticas mais influentes do século XX, Gorbatchov morreu na terça-feira aos 91 anos, quando, segundo o seu gabinete, estava em tratamento no hospital.

O antigo secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), entre 1985 e 1991, promoveu uma série de reformas que desencadearam o colapso do Estado soviético autoritário, a libertação das nações do Leste Europeu do domínio russo e o fim de décadas de confronto nuclear russo com os Estados Unidos e países ocidentais.

O legado de Gorbatchov é controverso na Rússia, sendo-lhe atribuído por setores liberais o reforço das liberdades civis, nomeadamente a de expressão fortemente constrangida durante a ditadura comunista, mas ao mesmo tempo, por alguns líderes nacionalistas, decisões que levaram ao fim do império soviético.

// Lusa

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