Os pesadelos são um sintoma que aparece alguns anos antes de outros sinais de Parkinson, como os tremores ou a dificuldade nos movimentos, de acordo com um novo estudo.
Um novo estudo publicado na eClinicalMedicine concluiu que há uma correlação entre ter pesadelos e a doença de Parkinson, especificamente entre os adultos mais velhos.
A equipa usou uma dados de um grande estudo anterior nos EUA, que tinha uma amostra de 3818 homens com mais de 67 anos que viviam de forma independente e foram acompanhados ao longo de um período de 12 anos. No início da pesquisa, os participantes completaram vários questionários e um destes incluía uma pergunta sobre a qualidade do sono.
Depois disto, os participantes que tinham pelo menos um sonho terrível por semana eram seguidos para que se saber se tinham uma maior probabilidade de ser diagnosticados com Parkinson, relata o SciTech Daily.
Foram identificados 91 pacientes de Parkinson neste período e as pessoas que reportaram ter mais pesadelos tinham uma probabilidade duas vezes superior de ter a doença. A maioria dos diagnósticos foi feita nos primeiros cinco anos da pesquisa e os participantes com mais pesadelos tinham uma probabilidade três vezes maior de serem diagnosticados com Parkinson neste período.
Estudos anteriores já tinham revelado que os pacientes com Parkinson têm mais pesadelos do que o resto da população, mas a possibilidade de se encarar estes sonhos como um fator de risco da doença nunca tinha sido explorada.
Os resultados sugerem que os adultos mais velhos que serão futuramente diagnosticados com Parkinson têm uma grande probabilidade de começar a ter pesadelos alguns anos antes de desenvolverem outros sintomas da doença, como os tremores ou a dificuldade nos movimentos.
Os investigadores querem usar a eletroencefalografia para avaliaram as razões biológicas para as mudanças nos nossos sonhos. Também vão ver se as conclusões se repetem em amostras maiores e mais diversas e explorar a possível ligação entre os sonhos e outras doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.