Conferência com maior prestígio na área do design de interacção criança-computador realizou-se em Portugal, pela primeira vez.
A conferência IDC – Interaction Design and Children (ou design de interacção criança-computador) realizou-se em Portugal, pela primeira vez.
Este evento começou há 20 anos. Realiza-se todos os anos, com localização alternada: num ano nos Estados Unidos da América, no ano seguinte na Europa.
Desta vez chegou a Portugal. O Campus de Gualtar da Universidade do Minho, em Braga, recebeu a IDC’22, entre os dias 27 e 30 de Junho.
Esta é a conferência com maior prestígio nesta área, sublinhou ao ZAP a presidente da comissão organizadora, Cristina Sylla.
“Foi super importante ter sido em Portugal porque é uma conferência muito conceituada. E correu muito bem, muitas pessoas disseram que foi uma das melhores de sempre. Teve impacto”, revelou.
Nesta conferência todos os artigos são publicados e indexados em bases de dados conceituadas, como se ficasse tudo em acta.
Participam investigadores, professores, pessoas que trabalham em universidades ou laboratórios e alunos de doutoramento.
Antes de cada edição da IDC, decorre uma fase de submissão anónima de artigos dos trabalhos que são feitos, divididos em várias categorias. Cada submissão é revista por três revisores independentes.
“Alguns artigos são aceites, outros eliminados. Desta vez 34% dos artigos foram aceites. E na conferência apresentam os seus trabalhos, os estudos com utilizadores”, explicou a responsável.
O tema central deste ano foi conectividade. Conectar o quê? “Tudo que quisermos. Como estivemos todos distantes, agora queremos conectar pessoas”, respondeu, acrescentando que esta é uma comunidade igualmente com “consciência ecológica”.
E há vários resultados práticos que saem desta conferência anual: “Sai tanta coisa… São muito importantes para networking e para divulgação de trabalhos”.
“E saem produtos para crianças, estudos sobre aplicações, sobre interfaces tangíveis – objectos físicos que permitem interagir com conteúdos digitais sem utilizar o rato – sobre realidade aumentada…”, enumerou.
Um dos projectos que já foram apresentados em conferência IDC é precisamente da autoria de Cristina Sylla: o Mobeybou.
A plataforma interactiva, para crianças do ensino pré-escolar e do primeiro ciclo, tem como prioridade ensinar de uma forma diferente.
As crianças aprendem sobre diferentes culturas através de um jogo com manipulativos digitais: “Mexem em blocos físicos mas estão a mexer em conteúdos digitais. Pegam num bloco da China e a China aparece no ecrã; pegam num bloco de uma personagem da Índia e ela aparece no ecrã”, apresentou a investigadora.
A próxima edição da IDC vai ser realizada em Chicago, em 2023.