O estatuto de favorita de Liz Truss à liderança do Partido Conservador e do Governo britânico ficou reforçado com o apoio de duas figuras de peso: o ministro da Defesa, Ben Wallace, e agora o deputado Tom Tugendhat, que também se candidatou.
“Necessitamos de um líder que una o Partido Conservador. É óbvio que Liz pode fazê-lo”, disse Tugendhat num artigo publicado na sexta-feira no Times. O deputado, presidente da comissão de Negócios Estrangeiros do Parlamento, criticou Rishi Sunak – adversário de Truss -, nomeadamente a proposta de subida de impostos.
De acordo com a media britânica, Tugendhat é uma figura influente dentro do partido e um dos líderes do grupo One Nation, que reúne os deputados mais moderados.
Já Ben Wallace – apontado inicialmente como um possível candidato -, também no Times, elogiou Truss, que considera “autêntica” e “direta”, contando: “sentei-me com ela em reuniões de ministros, bilaterais e cimeiras internacionais. Ela defende as suas posições e, acima de tudo, é direta e leva o que diz a sério”.
Truss tem criticado a subida de impostos feita por Sunak, que até há pouco tempo era ministro das Finanças, e promete um corte fiscal. Este diz que a proposta da ministra dos Negócios Estrangeiros não tem sustentabilidade e compromete o equilíbrio orçamental das contas públicas.
Como avançou este sábado a agência Lusa, os votos postais dos cerca de 180 mil militantes conservadores deverão começar a ser recebidos na próxima semana e podem ser devolvidos até 02 de setembro, sendo três depois anunciado o vencedor e próximo chefe de governo britânico.
Ao manter-se no governo em vez de apanhar a vaga de demissões que derrubou Johnson, Truss passou a candidata da continuidade, valendo-lhe o apoio de pesos pesados, como Jacob Rees-Mogg, Nadine Dorries ou Ian Duncan Smith, e da linha dura de eurocéticos, como Steve Baker e a candidata derrotada Suella Braverman.
Sunak, um foi dos primeiros a ‘saltar do barco’ de Johnson, foi, dos oito candidatos, aquele que reuniu mais apoios dentro do grupo parlamentar, incluindo do ministro vice-primeiro-ministro, Dominic Rabb, do ministro dos Transportes, Grant Shapps, do antigo ministro do Brexit, David Davis, e do candidato eliminado Jeremy Hunt.
Numa sondagem publicada a 21 de julho pela empresa YouGov, Truss tinha 62% das intenções de voto e Sunak apenas 38% entre os militantes conservadores, embora 20% tivessem indicado estarem indecisos ou não pretenderem votar.