Cientistas recriaram um perfume com 3.200 anos criado pela primeira química na Mesopotâmia e a primeira mulher perfumista do mundo.
O nome não engana. Perfumista é o profissional responsável por combinar diferentes cheiros, normalmente provenientes de óleos essenciais, para criar perfumes. Embora possamos pensar que seja algo relativamente recente, a perfumaria surgiu há milhares de anos.
A palavra perfume vem do latim pro fumum e significa “através do fumo”. O nome provavelmente vem dos rituais primitivos de incensar plantas aromáticas em homenagem aos deuses. Foram os antigos egípcios quem desenvolveram as técnicas de maceração de plantas, transformando-as em óleos perfumados.
Uma mulher chamada Tapputi foi a primeira química na Mesopotâmia e a primeira mulher perfumista do mundo, há aproximadamente 3.200 anos.
Uma equipa de cientistas decidiu transportar um dos seus aromas para o presente, recriando um dos seus perfumes através de uma fórmula deixada numa antiga tábua de argila.
Arqueólogos encontraram o nome de Tapputi inscrito num par de tábuas cuneiformes recuperadas durante escavações no sul da Turquia. Nas inscrições, Tapputi era descrita como uma química e produtora especializada de perfumes mesopotâmicos, detalha o portal Ancient-Origins.
Tapputi escreveu as suas fórmulas de perfumes e os passos que usava para os produzir, permitindo aos cientistas replicar um exemplar.
A perfumista usava uma combinação de diferentes tipos de flores, óleo, cálamo, junça-de-conta, mirra, rábano, especiarias e bálsamo, entre outros. Depois, Tapputi misturava os vários elementos com água ou outros solventes, destilava-os e depois filtrava o produto líquido.
Tapputi trabalhava sob lua cheia, procurando uma comunhão com as estrelas. Este aspeto esotérico foi um dos segredos descobertos durante as traduções das tábuas encontradas.
“A principal razão pela qual a Mesopotâmia é rica em cultura olfativa são os seus solos férteis”, explicou a especialista de renome mundial em fragrâncias antigas Bihter Türkan Ergül, em entrevista ao Hurriyet Daily News.
Embora se tenha descoberto o suficiente para identificar todos os ingredientes usados num dos perfumes de Tapputi, continuar a fazê-lo com outros perfumes pode ser um desafio. Isto porque danos nas tábuas impossibilitam a sua interpretação em alguns casos, por exemplo.