A “nova Amazon do sexo” estima um crescimento de 2,5 mil milhões de euros até 2025, na indústria dos brinquedos sexuais.
A Quycky é uma plataforma portuguesa que se apresenta como “a nova Amazon do sexo”. Mariana Ribeiro, sócia maioritária da empresa, realça o crescimento do setor.
“A indústria dos brinquedos sexuais foi das que mais crescimento mostrou durante a pandemia, o que reflete a importância que os consumidores atribuem ao prazer sexual. Este mercado foi avaliado em 33,3 mil milhões de euros em 2020 e estima-se um crescimento de 2,5 mil milhões de euros até 2025“, sublinha.
“Queremos, por isso, estar preparados para dar resposta a esta procura e chegar a todo o mundo. Partimos de Portugal para o mundo com a missão de descomplicar o sexo e gerar conteúdos didáticos e cientificamente fundamentados”, lê-se num comunicado na empresa, segundo o Jornal de Negócios.
“Com o investimento captado em ‘seed’, estão a reestruturar a sociedade para entrada de um novo sócio que, com o investimento feito, permitiu criar as ferramentas para o negócio começar a operar”, explicou a sócia da Quycky.
Mariana Ribeiro adiantou ainda, sem identificar, que um “investidor português” aplicou 200 mil euros em “pre-seed” na plataforma.
Depois desta primeira onde de investimento, a “nova Amazon do sexo” vai lançar-se no mercado global, “tendo como prioridade estratégica Portugal, Holanda, Alemanha e Estado Unidos da América”, lê-se ainda no comunicado.
A Quycky pretende “tornar o sexo simples, desconstruindo tabus e preconceitos na venda de brinquedos e acessórios sexuais”.
A empresa comercializa mais de oito mil produtos, que incluem brinquedos, acessórios sexuais e higiene íntima, “com uma abordagem aberta e inclusiva aos temas da sexualidade”, realça a marca.
“Sem barreiras de identidade de género, orientação sexual e abrangendo ainda os temas do poliamor e do capacitismo, a Quycky lança-se ao mundo com a missão de consciencializar para uma sexualidade aberta, segura e inclusiva”, acrescenta.
A empresa apostou também no lançamento de uma aplicação de encontros, associada à plataforma, cujas interações entre os utilizadores se processam através de um jogo de perguntas sobre sexo e preferências sexuais.
“O jogo de perguntas é organizado por níveis de intensidade, sobre sexo e relacionamentos: ‘Curious’, ‘Hot’ e ‘Spicy’. Com base nas respostas, a aplicação ativa um sistema de ligação entre utilizadores, baseado em linhas de orientação de comunidade explícitas e promotoras de proteção individual. Através do sistema de gratificação, os utilizadores podem subir na classificação e conquistar, também, benefícios no ‘marketplace’”, revela a Quycky.
A inclusão é a “premissa-chave” do projeto, tendo a Quycky criado, na sua plataforma, “várias categorias baseadas em zonas de prazer – vulva, pénis, ânus e mamilos — e nos momentos associados ao ato sexual (antes, durante e pós)”.
O objetivo “é desconstruir as catalogações tradicionais (homens, mulheres, solteiros e casais), promover a diversidade e atualizar as noções de prazer para todas as pessoas e tipos de corpos”.
Para garantir que “a comunidade Quycky tem acesso ao prazer individual e partilhado de forma consciente, informada e segura”, a plataforma conta com o apoio técnico da sexóloga Leonor de Oliveira, autora do projeto “Pronto a despir”.
“Na ausência de educação sexual formal, as pessoas procuram-na por vias informais, com a pornografia e as comunidades online. Considerando todos os tipos de perfil, pretendemos colocar a ciência do nosso lado e promover informação fundamentada”, indica a empresa.
“Queremos fomentar o debate inclusivo em identidade de género e orientação sexual além do óbvio, desconstruindo temas como o capacitismo ou o privilégio de casal em torno de assuntos como a descoberta do corpo“, conclui Leonor de Oliveira.