Transforma-se numa diva quando tem fome? A ciência já tem provas de que tem razão

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Ron Lach / Pexels

Investigadores justificam a relação entre o apetite e as emoções com o nível de sensibilidade dos indivíduos às hormonas do stress.

É uma sensação tão comum e famosa que até já deu origem a uma conhecida campanha publicitária: quando os humanos sentem fome, tendem a ficar irritadiços, daí que no dicionário inglês o fenómeno já tenha um termo próprio (hangry) e os investigadores já se tenham dedicado a estudar se há efetivamente uma relação entre o apetite e as emoções que os humanos sentem.

“Quanto mais fome tiver, maior é a probabilidade de também sentir irritabilidade e raiva, e experienciar menos prazer”, diz Viren Swami na Universidade Anglia Ruskin em Cambridge, Reino Unido. “É um efeito robusto e válido“. A maioria do trabalho anterior sobre as ligações entre a fome e a raiva nas pessoas foi feito em laboratório, mas Swami e a sua equipa queriam ver o quão forte é o efeito nas pessoas à medida que se dedicam às suas vidas.

Para saberem, pediram a 64 pessoas da Alemanha, Áustria e alguns outros países para usarem uma aplicação telefónica para preencher alguns pequenos inquéritos sobre as suas emoções e o quão famintos estavam cinco vezes por dia durante três semanas.

De acordo com os resultados obtidos, havia uma correlação entre os níveis de fome das pessoas e os seus próprios sentimentos de irritabilidade e raiva. Quando tinham mais fome, também sentiam menos prazer. A dimensão do efeito era grande: as dores de fome estavam associadas a 56% da variação dos sentimentos de irritabilidade, por exemplo.

“É provável que quando se sente fome, se tenta a interpretar [potencialmente] sinais contextuais negativos como negativos“, diz Swami. Tais sugestões podem incluir sentir calor ou esbarrar com alguém num lugar repleto de gente, diz o investigador.

Isto pode ser porque o baixo nível de açúcar no sangue desencadeia a libertação de hormonas como a adrenalina, que desencadeia a resposta de luta ou de voo, e o cortisol, que aumenta os níveis de stress, diz Deanne Jade do National Centre for Eating Disorders no Reino Unido. “Muitos de nós somos sensíveis às hormonas do stress“, diz ela. “Tornamo-nos demasiado concentrados nas coisas. Sentimo-nos muito nervosos”.

Mas as pesquisas realizadas através de aplicações telefónicas, tais como as deste estudo, podem potencialmente influenciar o que estão a tentar medir, aponta Swami. “Uma das coisas que pensávamos que poderia estar a desencadear a raiva poderia ter sido receber o texto para dizer, ‘por favor, complete o inquérito'”.

ZAP //

1 Comment

  1. Toda a pseudo-ciência atual à volta da nutrição humana é uma palhaçada.
    Isto acontece porque cria-se um ciclo de hiper e hipo insulunemia e é simples a associação ao consumo de hidratos de carbono.
    Sei bem pk raio andamos sempre de ‘estudo’ em ‘estudo’ e de artigo em artigo com descobertas da treta… são patrocínios e interesses de industrias bem implementadas… é o que dá andar a tentar distorcer coisas simples para ajustar ao mainstream nutricional de que devemos comer de 3 em 3 horas e demais pseudo-tretas!

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