“Não vamos esperar pelo fim da guerra”: ucranianos reconstroem as suas vidas

Alkis Konstantinidis / Reuters

Guerra na Ucrânia continua, pessoas morrem todos os dias, mas há um regresso gradual à vida – que não é “normal”.

A guerra na Ucrânia começou há mais de quatro meses, não apresenta uma tendência para acabar em breve mas, mesmo assim, há muitos ucranianos que já estão a tentar recuperar a vida que tinham na sua cidade.

Certamente alguns, ou muitos, leitores deste artigo conhecem casos de refugiados que estiveram em Portugal mas que, neste início de Julho, já voltaram para a Ucrânia.

São pessoas que moravam – e agora voltaram a morar – sobretudo nas regiões Norte, Centro e Oeste da Ucrânia. Zonas que, em princípio, não devem ser alvos de bombardeamentos ou ataques russos. Pelo menos esse tem sido o cenário mais recente.

A agência AP destaca o caso de Yahidne, que fica na zona Norte, perto da fronteira com a Bielorrússia, a cerca de 50 quilómetros de distância.

Uma cidade onde, como outras, predomina o cenário de destruição. Mas as autoridades locais desta cidade, e de outras, estão a tentar que a vida pré-guerra regresse, gradualmente. Mesmo sabendo que a vida não é, nem será, igual.

Há pessoas a realizar obras, reconstruções, em casas. Há voluntários que chegam de vários países para ajudar.

E, obviamente, também há voluntários ucranianos. Denys deixou de ser operador de câmara de vídeo para se juntar à organização de voluntários Dobrobat: “Enquanto os soldados estão a proteger-nos, nós trabalhamos aqui“.

A Dobrobat inclui professores, atletas, programadores informáticos, copywriters… Querem reparar 21 telhados de casas ao longo das próximas semanas (embora só 20% já tenham experiência em construção civil). A ideia é não esperar pelo Inverno para realizar estes trabalhos.

Outro exemplo de altruísmo chegou de fora, da Chéquia. Michal é pai de Daniel; o filho estuda nos Estados Unidos da América e, por isso, só estão juntos durante algumas semanas, durante o ano inteiro.

Em 2022, as férias estão a ser na Ucrânia, em Makariv, a ajudar os locais: “Queríamos fazer algo com significado, em vez de sermos apenas turistas”, explicou o filho, Daniel.

“É um caminho longo. Não podemos parar as nossas vidas, sentar-nos em casa e esperar que a guerra termine”, disse Tetyana Symkovych, coordenadora de voluntários.

ZAP //

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