O Parlamento de Israel aprovou na quarta-feira a adoção da definição de antissemitismo proposta pela Aliança Internacional de Memória do Holocausto (IHRA), aceite já por cerca de 30 países em todo o mundo.
“Tomamos uma decisão histórica” ao adotar esta definição, salientou o presidente do Knesset (Parlamento), Mickey Levy, citado num comunicado divulgado pelo seu gabinete, avançou a agência Lusa.
“O Knesset, bem como a Câmara dos Representantes do povo judeu, está empenhado na luta contra o antissemitismo, nas suas formas mais feias, que inclui a negação do Holocausto, a negação do direito do povo judeu à autodeterminação, bem como expressões de antissemitismo disfarçado de crítica a Israel”, acrescentou.
Esta definição, adotada por mais de 30 país, descreve vários comportamentos considerados antissemitas, em particular a negação do Holocausto, o genocídio em massa de cerca de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Segundo o significado proposto pelo IHRA, “antissemitismo é uma determinada perceção sobre os judeus que pode manifestar-se em ódio contra estes. As manifestações retóricas e físicas de antissemitismo visam indivíduos judeus ou não judeus e/ou as suas propriedades, instituições comunitárias e locais de adoração”.
Os críticos desta definição acreditam que esta impede certas críticas ao Estado de Israel. Assim, a definição da IHRA inclui “negar ao povo judeu o seu direito à autodeterminação”, igualando a retórica antissionista ao antissemitismo.
A IHRA também denuncia “o tratamento desigual do Estado de Israel, ao qual se pede que se adote comportamentos que não são esperados nem exigidos de nenhum outro Estado democrático”.
“O antissemitismo corrói os valores democráticos mais fundamentais e combatê-lo é uma necessidade”, destacou ainda Levy, apelando a outros parlamentos ao redor do mundo para que “se juntem à luta adotando” esta definição de antissemitismo.
Israel começa a construir muro na Cisjordânia
Entretanto, o país começou também a construir um muro de betão de 45 quilómetros de comprimento no norte da Cisjordânia, que substituirá a atual cerca que separa o país do território palestiniano ocupado, indicou na quarta-feira o governo.
“A barreira de segurança incluirá um muro de proteção e meios tecnológicos adicionais”, informou o Ministério de Defesa, adiantando que a construção começou na terça-feira. De acordo com o Governo israelita, o muro terá uma altura de nove metros e “substituirá a cerca de segurança que foi construída há 20 anos”.
A medida reforçará a barreira que separa Israel do território palestiniano ocupado e que começou a construir há duas décadas face aos atentados suicidas palestinianos da Segunda Intifada, a revolta civil palestiniana entre 2000 a 2005.
Nos últimos meses, vários dos seis ataques que mataram 18 pessoas em Israel foram cometidos por palestinianos da cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia, que atravessaram através de buracos a vedação de separação existente.
Em resposta a estes incidentes, Israel reforçou a vedação, reparou brechas e aumentou o muro de betão, que começou a ser construído em 2002 e tem centenas de quilómetros de comprimento, sendo considerado pelo Governo como um elemento-chave da segurança do país, tendo conseguido reduzir os ataques palestinianos.
Por seu turno, os palestinianos consideram que a divisão física é uma medida de discriminação semelhante ao ‘apartheid’ sul-africano, que limita a sua liberdade de circulação.
O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), o órgão judicial mais elevado da ONU, decidiu em 2004 que o muro era ilegal e contrário ao Direito Internacional, que deveria ser destruído e que os palestinianos mereciam uma indemnização.
Cerca de 475 mil colonos israelitas vivem em colonatos na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967, ao lado de 2,8 milhões de palestinianos.
Anti-semitismo é exactamente igual ao anti-palestinismo que Israel faz, advoga e incita abertamente dentro e fora do seu país. A ocupação abusiva e selvagem pela força de territórios palestinianos, o assassinato frequente e gratuito de palestinianos, a permanente humilhação do povo palestiniano, o desprezo continuado pelo povo com quem deveriam partilhar as terras (e que lá vivia pacificamente até ao desembarque judeu no pós guerra), retiram toda e qualquer razão para o combate ao anti-semitismo que tanto incomoda Israel e os judeus que defendem o seu governo.
Israel comporta-se com a Palestina como os nazis se comportaram com os judeus na segunda guerra mundial. Então qual é a Ética do (anti)-semitismo ?
É verdade.
O problema são os judeus ortodoxos/radicais cada vez mais numerosos e com mais poder!…
Segundo a lei que aprovaram, qualquer critica ao que Israel fez e está a fazer na Palestina, (genocídio e apartheid) é considerado antissemitismo, e assim vão perseguir quem os criticar, e o mundo assobia pró lado com as barbáries que se passam na Palestina, Israel nunca teve a intenção da solução de dois estados.
O facto de ter havido o Holocausto não lhes dá o direito de fazer o mesmo.