Hospitais privados fizeram quase 30% dos partos em Lisboa e Vale do Tejo em 2021

Nasceram mais bebés no CUF Descobertas, no Hospital da Luz e no Hospital dos Lusíadas em 2021 do que na Maternidade Alfredo da Costa.

Os hospitais privados estão a fazer cada vez mais partos em Portugal, especialmente na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde as três unidades dos grandes grupos privados já fizeram 28,5% do total de partos.

De acordo com os dados revelados pelo Público, o Hospital CUF Descobertas fez 2916 partos em 2021, enquanto que o Hospital da Luz assistiu a 2898 nascimentos. Já o Lusíadas Saúde em Lisboa fez 2452 partos e a unidade na Amadora também viu nascer 1077 bebés.

Do lado dos hospitais públicos na região, as 13 unidades com maternidades fizeram 23 408 partos. Olhando para os dados de cada hospital separadamente, os privados já assistiram a mais nascimentos do que a Maternidade Alfredo da Costa (onde nasceram 2866 bebés em 2021) e de que os hospitais Garcia de Orta, Fernando da Fonseca, Beatriz Ângelo, Santa Maria e São Francisco Xavier.

“O que fez explodir o número de partos no privado foi o aumento dos seguros de saúde e o facto de muitas das maternidades públicas não permitirem a presença do pai em permanência”, explica Nuno Clode, presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal e coordenador do serviço de ginecologia e obstetrícia do Hospital CUF Torres Vedras.

O especialista refere ainda que as situações não são muito comparáveis visto que as urgências do SNS têm de estar preparadas para muitos outros serviços de ginecologia e obstetrícia para além dos partos.

Nuno Clode avisa ainda para a necessidade de se investir nos hospitais de fim de linha, como o Santa Maria ou a Maternidade Alfredo da Costa, que recebem as situações de maior risco. “O Santa Maria tem um plano para fazer uma sala de partos nova há anos e a MAC tem uma equipa médica de excelência, mas a parte das condições físicas é um horror”, sublinha.

A situação em Lisboa e Vale do Tejo, no entanto, não se repete no resto do país. No Norte, dos 23 992 partos realizados em 2021, 20 978 foram no setor público. “Na capital há uma capacidade económica diferente, os seguros permitem que isto aconteça e as mulheres sentem-se mais seguras e tranquilas com os seus médicos”, remata Nuno Clode.

ZAP //

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