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Dinossauros americanos e ibéricos tiveram evoluções diferentes

Carlos Giachetti / Flickr

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Os dinossauros ibéricos e americanos tiveram evoluções distintas após a separação dos continentes, defendem paleontólogos, entre eles um português, que apresentam na sexta-feira na Alemanha resultados de escavações realizadas nos Estados Unidos.

O paleontólogo português Pedro Mocho, 27 anos, que integra a equipa internacional, disse à agência Lusa que os investigadores estão a encontrar “ligeiras diferenças” entre achados de saurópodes, dinossauros herbívoros de grande porte e cauda comprida, descobertos no deserto norte-americano e em Portugal.

Há 150 milhões de anos, os actuais territórios da Península Ibérica e do Canadá, que até então estavam unidos numa única massa terrestre, começaram a desagregar-se, afastando os continentes europeu e americano.

“Isso permitiu que as faunas portuguesas e da Península Ibérica evoluíssem de forma diferente”, explicou o paleontólogo.

O português, que está a fazer doutoramento na Universidade Autónoma de Madrid e faz investigação para a Sociedade de História Natural de Torres Vedras, adianta que as pequenas diferenças encontradas levam a equipa a pensar em novas espécies de dinossauros, hipótese que só poderá ser confirmada por estudos laboratoriais do material recolhido.

A equipa vai apresentar na sexta-feira os primeiros resultados científicos do estudo, durante o congresso de paleontologia que decorre até sábado em Berlim e que reúne este ano o maior número de investigadores portugueses, cerca de uma dezena.

O grupo de 15 investigadores, espanhóis, americanos e argentinos, além do português, integram desde 2006 um projecto científico de prospecção e escavação de fósseis de dinossauros no deserto de Utah, um estado do oeste norte-americano, a pedido do Museu de História Natural de Los Angeles.

Pedro Mocho referiu que nas escavações do último verão, os paleontólogos encontraram numa mesma jazida “pelo menos três” saurópodes diferentes.

Os achados têm também a particularidade de serem da cor “verde-esmeralda”, fenómeno para o qual os cientistas ainda não encontraram uma explicação.

“Ou os minerais fizeram com que esses ossos ficassem verdes ou tem a ver com presença de uma argila, que também é verde, e que em concentrações maiores poderá ter dado essa coloração aos ossos. Foi muito posterior ao enterramento do animal”, afirmou Pedro Mocho, apontando hipóteses prováveis.

/Lusa

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