O fim do Autovoucher e corte no ISP só vai beneficiar quem gasta mais de 93 litros de gasolina ou 96 litros de gasóleo por mês, mas a medida vai custar bem mais ao Estado por também abranger as empresas.
A partir de 1 de Maio, o Autovoucher, que permitia aos consumidores de combustíveis um reembolso de 40 cêntimos por litro até aos 50 litros, tendo um limite de 20 euros mensais, vai acabar e dar lugar a um corte no ISP (imposto sobre produtos petrolíferos) equivalente a uma redução de 23% para 13% do IVA.
Segundo as contas do JN, esta redução só vai compensar e ser mais vantajosa do que o Autovoucher para quem abastece mais de 93 litros de gasolina ou 96 litros de gasóleo por mês.
Apesar disto, a medida vai ficar mais cara ao Estado, já que o Autovoucher era só para particulares enquanto que a redução do ISP é geral e vai também beneficiar as empresas.
Desde Novembro, o Governo gastou 90 milhões de euros com o Autovoucher, mas prevê gastar quase esse valor todos os meses com o corte no imposto — cerca de 80 milhões de euros.
A redução no ISP deverá ter um impacto no preço final de 21,5 cêntimos por litro no caso do gasóleo e de 20,7 cêntimos por litro para quem compra gasolina.
O fim do Autovoucher e a redução do ISP fazem parte do conjunto de 18 medidas que o Governo apresentou ontem para fazer face à inflação generalizada que se tem vivido e consequente perda de poder de compra por parte dos consumidores portugueses.
Outras medidas aprovadas pelo Governo para responder à crise energética incluem a continuidade do congelamento da taxa de carbono, que equivale a uma poupança de 5 cêntimos por litro, até Junho.
A agricultura vai beneficiar de um desconto extra de 30 cêntimos por litro de combustível e o executivo quer ainda impor propõe impor tectos máximos nos preços do gás natural nos mercados grossistas.
Mais de 3 mil empresas vão ter disponíveis 160 milhões de euros em apoios para aliviar os custos do gás no processo de produção e as famílias que recebem prestações sociais mínimas vão ter uma ajuda de 10 euros mensais na aquisição de botijas de gás.
Alguém é capaz de me explicar como funciona isto dos 90 e tal de mínimo mensal?
Não atinjo.
Está lá a resposta: “esta redução só vai compensar e ser mais vantajosa do que o Autovoucher para quem abastece mais de 93 litros de gasolina ou 96 litros de gasóleo por mês.”
É uma comparação com o Autovoucher.
De facto a notícia poderia explicar melhor.
Aqui fica a explicação: o desconto do auto voucher representa actualmente 20€ por mês que são devolvidos, quando forem atingidos 50 litros. Ou seja, equivale a um desconto de 0,40€/Litro, num máximo de 50 litros.
Com a redução do ISP, se for de facto em 21,5 para o gasóleo, quem colocar 100 litros por mês poupa 21,5€. Daí as tais contas de apenas a partir dos 93 litros haver vantagem.
No entanto, as contas talvez não sejam assim tão simples. Por exemplo: há muitos agregados que usam 100 litros por mês. Como têm dois NIF, em bom rigor o desconto do auto voucher é de 40€/mês. Logo, parece-me que, e tomando por boas as contas do JN, para os agregados familiares a poupança só começa aos 186 e não aos 93 litros.
Como a maioria não gasta mais do que 1 a 2 depósitos por mês, o actual auto voucher acabava por compensar mais.
Em suma, grande espalhafato no anúncio das medidas enquanto continuam a ir-nos ao bolso como “gente grande”!
Qual redução? Sempre que vou à bomba o preço ou é o mesmo ou subiu…