Regimento Azov afirma que russos lançaram uma substância venenosa de origem desconhecida, através de um veículo aéreo não tripulado. Vítimas revelaram sintomas de insuficiência respiratória.
As forças ucranianas do regimento Azov, uma unidade da Guarda Nacional da Ucrânia, acusaram a Rússia de ter utilizado esta segunda-feira armas químicas contra militares e civis ucranianos, segundo o Diário de Notícias.
De acordo com o regimento, os produtos químicos eram de “origem desconhecida” e foram lançados para a população através de de um veículo aéreo não tripulado em Mariupol, no sudeste da Ucrânia.
“Há cerca de uma hora, as forças de ocupação russas usaram uma substância venenosa de origem desconhecida contra militares e civis ucranianos na cidade de Mariupol, que foi lançada a partir de um veículo aéreo não tripulado do inimigo”, publicou o Regimento Azov no Telegram.
“As vítimas revelaram sintomas de insuficiência respiratória. As consequências do uso desta substância desconhecida estão a ser estudadas”, lê-se ainda.
Andriy Biletsky, líder do regimento Azov, declarou que três pessoas têm sintomas de envenenamento químico, mas sem “consequências desastrosas” para a saúde, em declarações ao Kyiv Independent.
⚡️⚡️Azov regiment: Russia used poisonous substance against Ukrainian troops in Mariupol.
The substance has been distributed by a drone, and victims have shortness of breath and vestibulocerebellar ataxia.
It may be Russia’s first known use of chemical weapons in Ukraine.
— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) April 11, 2022
Anton Gerashchenko, conselheiro do ministro dos Assuntos Internos da Ucrânia, sublinhou que estão a ser utilizadas armas químicas contra civis ucranianos em Mariupol, também através de uma publicação no Twitter.
“A Rússia cruzou abertamente todas as fronteiras da humanidade e declara-o abertamente, enquanto a Ucrânia ainda pede armas pesadas”, afirmou o político.
ATTENTION
Chemical weapons are used against Ukrainian defenders in #Mariupol! russia openly crosses all boundaries of humanity and openly declares it, while Ukraine is still asking for heavy weapon #UkraineUnderAttack— Anton Gerashchenko (@Gerashchenko_en) April 11, 2022
Volodymyr Zelenskyy também expressou preocupação pela possibilidade de as forças russas usarem armas químicas na Ucrânia, mas não confirmou se foram utilizadas, durante o seu vídeo noturno diário.
O Presidente ucraniano admite que a Rússia alegou que as suas forças poderiam usar armas químicas contra os defensores de Mariupol, e referiu que estava a levar essa ameaça a sério, de acordo com o Observador.
“Hoje, os ocupantes emitiram uma nova declaração, que testemunha a preparação deles para uma nova fase de terror contra a Ucrânia e os nossos defensores. Um dos porta-vozes dos ocupantes afirmou que eles poderiam usar armas químicas contra os defensores de Mariupol. Levamos isso o mais a sério possível”, realça Zelenskyy.
“Quero lembrar aos líderes mundiais que o possível uso de armas químicas pelos militares russos já foi discutido. E já naquela altura significava que era necessário reagir à agressão russa com muito mais força e rapidez“, acrescenta.
Volodymyr Zelenskyy salientou que as forças russas deixaram minas “em todo o lado” para “matar ou mutilar” o máximo de ucranianos possível.
O Presidente da Ucrânia lamentou ainda, esta segunda-feira, que o seu país seja “atualmente” um dos “territórios mais contaminados por minas no mundo“.
“Acredito que isso também deve considerado um crime de guerra levado a cabo pelas tropas russas”, afirmou o Presidente ucraniano, no habitual vídeo diário, no qual denunciou que os “ocupantes deixaram minas em todo o lado”.
Segundo Zelenskyy, os russos deixaram minas “Nas casas que destruíram. Nas ruas, nos campos. Elas deixaram minas nas propriedades das pessoas, em carros, portas”.
“Eles conscientemente fizeram tudo para fazer que o regresso depois da desocupação fosse o mais perigoso possível”, prosseguiu o chefe de Estado.
No seu discurso ao país, reforçou ainda que as forças russas “fizeram tudo” para “matar ou mutilar” o máximo de ucranianos possível.
Após os relatos que davam conta do uso de armas químicas em Mariupol, Volodymyr Zelenskyy não os confirmou, mas também não os desmentiu.
Contudo, avisou que tal cenário pode mesmo acontecer, aproveitando para lembrar os “líderes mundiais que o uso de armas químicas pelas forças russas já foi discutido”, bem as sanções que lhe seguiam.
Ainda no que diz respeito às sanções, o Presidente ucraniano lembrou que a “União Europeia começou a discutir o sexto pacote de sanções contra a Rússia” e pediu para que o mesmo fosse verdadeiramente duro.
“É tempo de fazer esse pacote suficiente para não ouvirmos nem mais uma palavra sobre armas de destruição massiva por parte da Rússia”, comentou, apelando a um “embargo às importações de petróleo“.
“Qualquer pacote de sanções que não afete o petróleo será recebido em Moscovo com um sorriso”, acrescenta.
Zelenskyy, na sua mensagem diária, abordou novamente a questão do armamento. Afirmou que a Ucrânia “ainda continua dependente dos parceiros”.
“Infelizmente, não estamos a ter as armas necessárias para acabar com esta guerra mais cedo. Para destruir completamente o inimigo na nossa terra. E para cumprir essas tarefas que são óbvias. Em particular, desbloquear Mariupol“, realça.
Sobre os crimes de guerra, o chefe de Estado indicou ter-se encontrado, em Kiev, com um grupo de especialistas que lhe falaram sobre um “mecanismo especial” para o início da investigação e revisão judicial de “todos os crimes de guerra cometidos pelos ocupantes”.
“Estamos a trabalhar para conseguir trazer os ocupantes à justiça, que será o mais efetivo e rápido possível”, prometeu o Presidente ucraniano, que vincou que não quer “esperar décadas até os procedimentos legais estarem concluídos”.
Segundo o meu ponto de vista,o pior ainda está para vir.O Putin já mostrou que não tem medo da UE e dos EUA.
O Regimento Azov é mesmo um grupo credível e de referência democrática.
Por isso sim merece toda a credibilidade esta notícia
Sim, não há dúvida e a sua credibilidade já vem de longe, dos tempos da II Guerra Mundial ao alinhar com os nazis hitlerianos.