Zhirinovsky tinha 75 anos e era visto como alguém leal ao Kremlin. Era defensor de uma Rússia eurasiática.
Morreu Vladimir Zhirinovsky, o fundador e até agora único líder na história do Partido Liberal Democrata da Rússia. Tinha 75 anos e lutava há algum tempo contra uma doença prolongada.
“Depois de uma doença grave e prolongada, Vladimir Volfovich Zhirinovsky faleceu… Para todos nós, esta é uma perda irreparável. Que a brilhante lembrança dele esteja sempre nos nossos corações”, anunciou o presidente da Duma, onde Zhirinovsky era vice-presidente.
Vladimir Zhirinovsky criou o Partido Liberal Democrata da Rússia em 1992, pouco depois do fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e como um partido sucessor do Partido Liberal Democrata da União Soviética.
O seu partido, que é o terceiro mais representado na Duma, defende a monarquia e ideias de extrema-direita.
É, ou era até agora, o partido de Zhirinovsky. Centrado numa só pessoa. Um líder com ideias nacionalistas, ou mesmo ultra-nacionalistas, populistas, e muitas vezes classificado pelo Ocidente como um político fascista, chauvinista ou ligado ao autoritarismo.
É um partido na teoria de oposição a Vladimir Putin, mas é visto como sendo sempre leal ao Kremlin.
Zhirinovsky, advogado, foi seis vezes candidato a presidente da Rússia. Nunca venceu.
Desde o início da década 1990, ou seja, desde os primeiros tempos da actual Federação Russa, sempre afirmou que o seu país deveria desenvolver-se “sem qualquer interferência estrangeira”.
Defensor persistente da História da Rússia, e querendo restaurar outras fases imperiais daquele território, também era classificado por especialistas como neo-eurasiático. Ou seja, seguia a escola russa de que a Rússia, culturalmente, é um país mais próximo da Ásia do que da Europa Ocidental e deveria expandir-se (mais para a Ásia do que para a Europa).
Admirador de Pat Buchanan, antigo candidato à presidência dos Estados Unidos, olhava para o Congresso dos EUA como um “território ocupado por Israel”. Aliás, chegou a dizer que EUA e Rússia estavam ocupados pelos israelitas e que os dois países precisavam de “deportar essa tribo pequena mas problemática”.
Estava num hospital desde o dia 2 de Fevereiro, infectado pelo coronavírus. No dia 25 de Março foi anunciada a sua morte, mas o partido negou essa indicação (que veio de um senador russo).
Mais um liberal “liberado”…