Trabalho temporário recupera mas precisa de estabilidade

Subida de 14% no ano passado. Mas a comparação é feita com 2020, lembra o presidente da APESPE-RH.

O número de contratos de trabalho temporário subiu em 2021, em Portugal. Um aumento de 14%, em relação ao ano anterior.

Foram registadas 388.230 colocações de trabalho temporário, ao longo do ano passado. Em 2020 o número era inferior: 341.540 contratações.

A contabilidade dos Barómetros do Trabalho Temporário foi divulgada nesta quarta-feira pela APESPE-RH – Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e de Recursos Humanos e pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.

Afonso Carvalho, presidente da APESPE-RH, admite que esta subida é positiva, mas lembra que a comparação é feita com o “ano difícil” 2020. Por isso, ainda é precisa estabilidade: “Apenas a partir de meados de 2020 é que se verificou uma recuperação e um crescimento desde que se sentiram os efeitos da pandemia. Ou seja, apesar de tudo, estamos ainda com valores de contratação abaixo de 2019 e o mercado de Trabalho Temporário necessita ainda de estabilizar, nesta nova fase de reabertura total das atividades, sem restrições”.

A maioria das empresas que optam por contratar temporariamente é ligada a “fornecimento de refeições para eventos e outras atividades de serviço de refeições”, tendo superado a categoria “fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis”, que ocupava o último lugar até ao último trimestre do ano passado.

Em relação às profissões, a categoria que domina é a das “outras profissões elementares”. Seguem-se os “empregados de aprovisionamento, armazém, de serviços de apoio à produção e transportes” e os “trabalhadores qualificados do fabrico de instrumentos de precisão, joalheiros, artesãos e similares”.

Os trabalhadores cujo nível de escolaridade é o ensino básico são os que mais ocupam postos de trabalho temporário: 67% a 68% no último trimestre de 2021.

O Índice do Trabalho Temporário diminuiu entre Maio e Dezembro de 2021 – a comparação foi sempre feita com o mesmo mês do ano anterior, quando a tendência foi crescente precisamente a partir de Maio.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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