Fechar o céu na Ucrânia seria má ideia

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Há muitos pedidos para criar uma zona de exclusão aérea. Mas abater aviões russos só iria piorar a situação.

“Fechem o céu agora!”. O pedido, repetido, partiu do presidente da Ucrânia nesta quarta-feira, depois do ataque aéreo contra uma maternidade e um hospital pediátrico em Mariupol.

Desde o primeiro dia da guerra na Ucrânia, há armas a chegar ao país de Leste, provenientes de mais de outros 20 países, que ajudam os ucranianos a combater o poder militar russo, incluindo derrubar aeronaves adversárias.

No entanto, tem havido insistência junto da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) para “fechar os céus” da Ucrânia. Ou seja, criar uma zona de exclusão área.

A NATO pode realmente controlar a circulação de aviões num determinado espaço geográfico. Mas não o vai fazer.

O portal Vox destaca que essa opção seria uma “má ideia”. Porque criar uma zona de exclusão aérea implicaria abater aviões russos que aparecessem na zona proibida.

E aí o problema seria bem maior – seria uma declaração de guerra.

Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, já explicou: “Os Aliados concordaram que não deveríamos ter aviões da NATO a operar no espaço aéreo ucraniano ou tropas da NATO no solo porque poderíamos acabar com uma guerra total na Europa“.

Haveria “guerra total” e aumentaria o risco de uma guerra nuclear, se o ataque aos russos atingisse outro patamar.

Nos Estados Unidos da América, na Casa Branca, a recusa repete-se: não deverá ser criada qualquer zona de exclusão aérea. O governo de Joe Biden não quer, pelo menos para já, intervir directamente na guerra.

Mesmo assim, há responsáveis norte-americanos que gostariam de que fosse criada uma zona limitada de exclusão aérea. Ou seja, não impedir totalmente a circulação de aviões, mas impedir os voos em zonas de evacuação de civis, por exemplo.

“Eles não fazem ideia do que estão a propor“, avisa Robert Farley, analista político da Universidade de Kentucky que estuda o poder aéreo.

Além disso, a Rússia tem atacado sobretudo no solo, não pelos ares. Abater aviões russos não seria propriamente a movimentação mais eficaz. E poderia ser perigoso para muitos países.

E ainda há outro cenário: Putin tem algum receio da NATO?

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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1 Comment

  1. O secretário geral da NATO já explicou as consequências de uma decisão destas! Mas parece que ainda há quem as não perceba, incluindo o próprio Zelensky! Que, para resolver os problemas “criou”, ignora o quanto pode prejudicar o mundo com esta sua insistência!

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