Embora esteja salvaguardada no que toca ao abastecimento de gás, a economia portuguesa é das mais expostas a subidas do preço do petróleo.
Com uma guerra a decorrer a mais de 4 mil quilómetros de distância, por vezes é difícil perceber o tipo de riscos que pode trazer para um país como Portugal. Mas a verdade é que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia faz com que a economia portuguesa seja das mais expostas a subidas do preço do petróleo.
Confrontado com as eventuais consequências do conflito para Portugal, o primeiro-ministro António Costa disse que “ainda é cedo para fazer essa avaliação”, mas que Portugal “é menos dependente da Rússia do que outros Estados da Europa em matéria energética”.
Apenas 10% do gás importado em 2021 veio da Rússia, anunciou o Ministério do Ambiente, mostrando que Portugal está salvaguardado no que toca ao abastecimento de gás.
No entanto, a crise está a fazer subir os preços de toda a energia — gás e petróleo incluído, escreve o Jornal de Negócios.
O nosso país é altamente dependente da importação de petróleo, como realça ao jornal Ricardo Santos, economista especializado em assuntos europeus: “Há um aspeto em que saímos mais prejudicados: somos dos mais expostos ao aumento do preço do petróleo e o peso de combustíveis no rendimento das famílias é superior em Portugal”.
“No impacto da redistribuição da inflação somos dos mais prejudicados”, acrescenta o especialista.
Os mercados financeiros também poderão ser afetados pelo conflito, principalmente se o Ocidente avançar para as sanções mais pesadas à Rússia.
“Seria um isolamento total da Rússia relativamente ao resto do mundo, quase não era preciso outro tipo de sanções”, avalia João Loureiro, economista e professor na Universidade do Porto, em declarações ao Jornal de Negócios.
“Evidentemente isso pode ter consequências muito graves, dando origem a uma enorme turbulência nos mercados financeiros”, ressalva o professor universitário.