Com a situação pandémica a estabilizar, empresas e funcionários do setor esperam uma retoma para fazer face a dois anos de cancelamentos e adiamentos.
Em 2022, os Estados Unidos serão palco de um número recorde de casamentos, numa dimensão como o país já não experienciava desde 1984. A previsão é feita pelo site The Knot, especializado no planeamento de cerimónias, que estima que 2.6 milhões de uniões ocorram este ano, uma explosão que se segue aos números máximos de cancelamentos, adiamentos, mas também casamentos realizados via Zoom ao longo dos últimos dois anos. “Os casamentos estão, sem sombra de dúvida, de volta aos níveis pré-pandemia“, estabeleceu Hannah Nowack, editora do The Knot.
Perante um período tão intenso, com mudanças impostas, as dinâmicas das cerimónias também sofreram alterações. Apesar de as cerimónias reduzidas continuarem a reunir adeptos, os empresários do setor também denotam o regresso das celebrações tradicionais, ou seja, com extensas listas de convidados.
De acordo com o The Knot, na segunda metade de 2021, a média de convidados escalou até aos 110. Em 2022, o número médio de convidados esperados é de 129, em linha com os registados no pré-pandemia. “Depois de tantos meses de planeamento e de tempo longe dos seus entes queridos, estes casais estão ansiosos por reuni-los e celebrar”, aprofundou Nowack à Forbes.
Os casais também parecem ter preocupações distintas, face a uma maior grau de consciencialização ganho com a pandemia. Por exemplo, a nível de gastos, tencionam gastar, em média 28 mil dólares na cerimónia e no copo de água, novamente, em linha com os valores de 2019. Outubro é também, pelo sexto ano consecutivo, o mês preferidos para dar o nó. Os casamentos domésticos, em solo norte-americano, e em múltiplos dias, o que obriga o alojamento dos convidados em hotéis, também parecem estar entre os preferidos, sobretudo daqueles que pretendem algo mais íntimo.
“Os tradicionais grandes casamentos nunca vão acabar… mas as uniões íntimas e pequenas também estão cá para ficar”, esclarece Vasso Power, diretor de catering do The Gwen, um hotel na baixa de Chicago. Após quase 24 meses de pandemia, dos pedidos recebidos pela unidade hoteleira, 65% são para pequenos ou micro casamentos, sendo que estes chegam diariamente.
Muitos dos noivos também tentam, com as suas escolhas criar algum tipo de impacto e valor, sobretudo se forem Milennials ou pertençam à geração Z. “Em vez de verem as suas núpcias apenas como uma celebração divertida, também encontram formas de deixar notas positivas com o dia”, continua Nowack.
Planear um casamento com a incerteza da pandemia e com constrangimentos ao nível das cadeias de distribuição também tem levado muitos casais a ser mais conscientes nas suas escolhas e a optarem por apoiar negócios locais, nomeadamente produtos que não sejam prejudiciais para o planeta. Tal materializa-se na escolha dos fornecedores ou na seleção dede flores da época.
No que respeita à já referida localização, muitos noivos continuam a evitar os casamentos internacionais, apesar do abrandamento da pandemia da covid-19. “Com as incertezas sobre as regras para as viagens internacionais, estamos a ver casais a optar por localizações em solo norte-americano que os lembram de destinos no exterior“, explica a editora.
O The Knot apurou ainda que em 2021 cerca de 85% dos casais decidiram ter pelo menos uma medida sanitária no seu casamento, apesar de a média apontar para três. Já os que começaram a sua preparação no ano passado, e apesar de a pandemia já se ter revelado imprevisível por mais do que uma vez, puderam fazê-lo sem instabilidade no que respeita às vacinas, menos restrições e mais testes disponíveis – e, quiçá, sem máscaras.