A Mesa Nacional do Bloco de Esquerda (BE) reúne-se, neste sábado, para analisar a hecatombe nas eleições legislativas de domingo, uma pesada derrota que deixou o partido com 5 deputados. Há quem peça a “cabeça” da líder Catarina Martins, mas ela já disse que pretende cumprir o mandato “por inteiro”.
Depois do pior resultado dos últimos 20 anos, falhando os objectivos a que se propôs, perdendo metade dos votos e passando de 19 para apenas 5 deputados, a Mesa Nacional do BE reúne-se para discutir o mau momento do partido.
Será uma reunião à porta fechada, em Lisboa, durante todo o dia. No final, a coordenadora bloquista, Catarina Martins, revelará as conclusões do encontro à comunicação social.
A expectativa dos críticos de Catarina Martins é que a Mesa Nacional marque uma convenção para discutir a liderança do partido.
O ex-deputado bloquista, Pedro Soares, um desses críticos, considera que o BE precisa de “um novo rumo”, conforme refere ao jornal O Novo. Pedro Soares pede, assim, à Mesa Nacional que faça um “balanço sério” dos resultados eleitorais.
“A questão das mudanças que, eventualmente, sejam necessárias fazer na direcção e na liderança terão de ser feitas na Convenção Nacional. A questão é saber se é convocada ou não“, acrescenta ainda Pedro Soares.
Entre os críticos da actual liderança do BE, o sociólogo Boaventura de Sousa Santos, que se assumiu como apoiante do partido, já pediu a Catarina Martins que se demita.
Contra os “caçadores de cabeças”…
Até agora, a líder bloquista não admitiu deixar o cargo de coordenadora do partido.
Nesta semana, no final da reunião dos partidos com o Presidente da República, Catarina Martins respondeu aos que chamou “caçadores de cabeças” e garantiu que vai cumprir o mandato “por inteiro”, notando que se sente “muito confortável” no lugar, apesar dos maus resultados eleitorais.
O fundador do BE, Luís Fazenda, está entre os apoiantes de Catarina Martins e recusa, por isso, a ideia de que ela deva demitir-se. “Nós não temos nenhum sistema presidencialista no BE”, sustenta em declarações à Lusa.
“Tivemos bons e maus resultados eleitorais em vinte e poucos anos de história do BE e nunca alterámos direcções em função dos resultados eleitorais“, lembra ainda Fazenda, recusando a ideia de que haja “uma crise interna” no partido.
Também o ex-dirigente bloquista Francisco Louçã defende Catarina Martins. “Ninguém disse a Jerónimo de Sousa, em 2019, quando ele teve o pior resultado do PCP, que devia sair. Jerónimo de Sousa é adorado dentro do PCP, como Catarina Martins é adorada dentro do Bloco“, salienta Louçã no seu habitual espaço de comentário na SIC Notícias.
Objetivos gorados nas legislativas
Os objetivos do BE para as últimas legislativas estavam bem traçados: manter-se como terceira força política, evitar a direita no poder e conseguir uma solução governativa à esquerda com um acordo de legislatura com o PS.
Mas na noite de domingo, estas metas saíram goradas – à excepção da derrota da direita – e as eleições foram um desaire para o partido de Catarina Martins que, desde 2015, tinha 19 deputados. Agora fica apenas com cinco.
O BE passa a ter representação apenas em Lisboa (dois deputados), Porto (dois deputados) e Setúbal (uma deputada) – todos círculos eleitorais em que perdeu deputados -, deixando ainda de ter mandatos por Coimbra (José Manuel Pureza está de saída do Parlamento), Aveiro, Braga, Santarém, Faro e Leiria.
ZAP // Lusa
Estes, quando um membro do governo dá um Pu, pedem logo a demissão dele.
Mas quando são eles a fazer Bosta, ficam como lapas, agarrados ao lugar…
Boa Catarina, estou a gostar do trabalho desenvolvido, a ver se nas próximas legislativas em vez de 5 elegem 2 ou 2,5, rachados ao meio ainda são melhores.
Bom trabalho.
Então a Catarina ficou de rastos, mas bem pegadinha ao poder, ambições extremistas!
Uma coisa se pode dizer relativamente ao BE. É um verdadeiro coletivo. Quando um disparata, disparatam todos… Se querem correr com alguém, terão de correr com eles todos…
Que pena não serem só 4…iam de táxi para o parlamento…ou para qualquer lado!?