Francisco Rodrigues dos Santos, líder do CDS-PP, volta a apostar no humor em plena campanha para as eleições legislativas. Depois da Ceia de Natal da Direita, chegou a vez do “cocktail para a prima moderninha”.
Com a Iniciativa Liberal (IL) na mira, Francisco Rodrigues dos Santos decidiu revelar os seus dotes de barman nas redes sociais e preparar um “cocktail para a prima moderninha”, com uma pitada generosa de humor para apimentar a campanha centrista para as legislativas.
O alvo é o programa que João Cotrim de Figueiredo tanto defende e os ingredientes são aqueles que o líder centrista considera sensatos para condenar medidas como a defesa da eutanásia e do aborto.
“Eu só bebo cocktails muito modernos e só me dou com cabeças jovens, por isso é que no programa político me esqueço de falar do mundo rural, dos idosos e dessas coisas. Eu quero é liberdade”, começa por afirmar a “prima moderninha” no vídeo, que mantém uma conversa encenada com o líder do CDS.
Rodrigues dos Santos responde logo de seguida, para dizer que se a “prima” quer liberdade “não pode defender que o Estado tenha o poder de matar“, numa referência clara à eutanásia e ao aborto. A crítica estende-se também à disciplina de cidadania, que, nas palavras do centrista, é defendida como “um pilar fundamental da Educação” no programa da IL.
“E se queres liberdade, prima, como é que podes defender a regionalização?”, critica, acrescentando que defendê-la é “criar mais Estado, mais tachos e mais despesa pública”, o que “não faz sentido rigorosamente nenhum.
O primeiro ingrediente são, portanto, “duas boas doses de conservadorismo” para manter longe da mesa a agenda bloquista, “que vai da liberalização das drogas leves até à eutanásia, passando inclusivamente pela ideologia de género nas escolas”.
“Isto para não falar do cancelamento cultural que os dirigentes do teu partido defendem no Salão Nobre da Assembleia da República com os deputados amigos do Bloco de Esquerda ou ainda da regularização da prostituição”, reforça Francisco Rodrigues dos Santos.
Tema seguinte: a defesa das empresas. Nesta matéria, o líder centrista salienta que o partido defende a redução de impostos (“sempre fomos o partido do contribuinte”) e um “cheque-ensino” que servirá para “dar a liberdade às famílias mais pobres de escolher o estabelecimento de ensino onde os seus filhos estudam”.
Aliás, o CDS “nem se importa” que a IL “copie” esta última medida, atira Rodrigues dos Santos.
É neste momento do vídeo que o presidente do partido lembra que o cocktail ainda não está terminado: “precisa de mas um ingrediente especial”, que é como quem diz “uma dose reforçada de sensibilidade social“.
Tudo para que a Iniciativa Liberal entenda que “o país não é só Lisboa” e que “o resto não é paisagem”. “Para entenderes de uma vez por todas que há pessoas que não nasceram em berço de ouro.”
“Prima, vou misturar tudo muito bem e por fim adicionar uma corzinha de direita para que saibas que, para teres lugar à mesa, terás de deixar de te confundir com a extrema-esquerda.” E está servido o cocktail azul.