Entidade responsável por gerir ativos tóxicos do BPN perdoou 81 milhões a empresário Carlos Marques

14

Mário Cruz / Lusa

O antigo presidente do BPN, José Oliveira Costa

Acordo entre as partes terá ocorrido a poucos dias da sentença.

A Parvalorem, entidade criada pelo Estado e responsável por gerir os ativos tóxicos do BPN perdoou uma dívida de 81 milhões de euros ao empresário Carlos Marques, julgado por três crimes de burla qualificada ao banco, “em conluio” com João Oliveira e Costa, antigo presidente, e João Abrantes, genro deste. De acordo com a notícia avançada pelo jornal Público, dos 104 milhões em causa, a Parvalorem conseguiu recuperar 18 milhões, tem compromisso para receber mais cinco milhões nos próximos cinco anos, mas terá deixado escapar 81 milhões de euros.

Em causa está um acordo — alegadamente recusado num primeiro momento — entre a Parvalorem e o empresário, que acabou por ficar fechado em dezembro, quando o julgamento estava a terminar. Nessa altura, já estavam à guarda da justiça cerca de 18 milhões, com Carlos Marques a comprometer-se com o prazo de cinco anos para pagar mais cinco milhões de euros. Como contrapartida há bens que foram dados como garantia e que superam esse valor.

Segundo a mesma fonte, os termos do acordos são praticamente os mesmos que tinham sido propostos pelo empresário. No que respeita ao julgamento, várias testemunhas — e o juiz parece confirmá-lo no seu despacho — indicam que o esquema encenado por Carlos Marques era do conhecimento do presidente do banco, Oliveira e Costa.

Tal como lembra o Público, Carlos Marques era dono de várias sociedades comerciais, entre as quais a Vencimo, a Futurbelas, a Imonamur, a Beyond Home e a Espaço Curvo. No âmbito do processo, o objetivo era que essas sociedades fossem financiadas, sob a aparência de planos de investimentos fictícios e com base em “avaliações imobiliárias baseadas em cenários irreais, de acordo com os planos de urbanismo vigentes à data, determinantes para a inflação significativa do valor dos imóveis que se destinariam a servir de garantia ao reembolso dos empréstimos”.

Esta aprovação dos projetos era, posteriormente, “facilitada internamente“.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

14 Comments

  1. A PARVAlorem, entidade criada pelo Estado e responsável por gerir os ativos tóxicos do BPN PERDOOU uma dívida de 81 milhões de euros ao empresário Carlos Marques, julgado por três CRIMES de burla qualificada ao banco, “em conluio” com João Oliveira e Costa, antigo presidente, e João Abrantes, genro deste. De acordo com a notícia avançada pelo jornal Público, dos 104 milhões em causa, a PARVAlorem conseguiu recuperar 18 milhões de 81 (inverso), tem compromisso para receber mais cinco milhões nos próximos cinco anos (5×5=25) ficando a faltar 38 milhões, mas terá deixado escapar 81 milhões de euros. Como contrapartida há BENS que foram dados como garantia e que superam esse valor, , quais? .

  2. PORTUGAL É ISTO!..
    Invariavelmente em vésperas de eleições, o partido do Governo com medo de perder o poleiro, começa a perder a vergonha e a mostrar a sua raça rafeira. Há pouco tempo saíu a notícia de que o governo estava já a nomear tipos do PS para cargos na Administração Pública, entenda-se: a espalhar as suas peças como num jogo do Risco.

    Agora sai mais este escândalo político! Pasme-se: para os cidadãos é aumento de impostos, aumento das energias, combustíveis a preços sem explicação, restrições e isolamentos, discriminação pra não vacinados, ordenados de merda… Mas para os maiores bandidos do país, toca a perdoar 81 Milhões.

    Agora até têm a desfaçatez de permitir que todos os isolamentos sejam excepcionalmente interrompidos, não para as pessoas poderem ir ao cinema ou à discoteca… Mas para lá lhe irem meter o votozinho. Não podemos nem ir ao médico de família… Portugal é isto, meus caros: pelos e para os cidadãos zero! Para os bandidos e corruptos, dádivas de milhões (os mesmos milhões que sacaram acima, entenda-se! Mas depois quando querem o nosso voto… Somos os maiores!

    A única coisa que me ocorre dizer é… Porque é que não cai um meteorito de vez neste antro que é a Assembleia da República? Como é que os Portugueses podem ser tão mansos, Senhor?… O que é que será preciso para este povo acordar? Que lhes violem as mães? Se calhar nem assim!.. Caramba, ou vão para as ruas lutar, ou se associam contra este estado de coisas, ou venham-se embora todos do país. Um país deserto e sem povo é o que estes bandidos todos precisavam porque é com a riqueza produzida pelos cidadãos que estes criminosos se governam. O dinheiro não vem de mais nenhum lado. Estes 81 Milhões são nossos, directa ou indirectamente!

  3. Realmente, estamos num país de ladrões, desde os empresários mais conceituados (à altura…) e possivelmente alguns actuais – veremos – aos desgovernos que temos tido, todos metem a mão para roubar o Zé contribuinte, pois no fim, quem paga é mesmo o Zé contribuinte…

  4. O país caiu nisto, é ver qual consegue ser o mais hábil a roubar como se não haja governo nem lei que pare com esta onda de criminosos!

  5. …..”Nessa altura, já estavam à guarda da justiça cerca de 18 milhões, com Carlos Marques a comprometer-se com o prazo de cinco anos para pagar mais cinco milhões de euros. Como contrapartida há bens que foram dados como garantia e que superam esse valor”….
    Não percebo! Se os bens dados como garantia superam esse valor (!?), então porque não foram estes bens arrestados?

  6. Numa altura tão próxima de eleições, é caso para refletir.
    Como é possível que num estado de “direito” estas habilidades aconteçam? Como é possível que algumas pessoas possam funcionar, passando por cima de todas as regras da decência e da lei? Como é possível existirem dezenas de casos semelhantes e, aparentemente, as instituições judiciárias não actuarem, permitindo que a avalanche de desmandos e roubos continue, sem fim à vista?
    Há uma resposta para isto. O governo, de forma indirecta, encapuçada, poderá ter encorajado todas estas vigarices, fazendo de contas que nada viu e que nada sabe. As teias, os tentáculos da coisa política, chegam a todo o lado, porque o governo se auto-convenceu, à muito, que tudo pode fazer, sem oposição de maior.
    É por isso, também, que nós devemos meditar. É preciso dar oportunidades a outros partidos, a outras pessoas para mostrarem o que valem e ao que veem. Este sistema está putrefacto e não tem remédio.
    E por dar a oportunidade a outros partidos, seguramente, não vai morrer ninguém. Aturamos tudo isto e muito mais, à quarenta e sete anos. Se os que vierem de novo fizerem asneira, teremos de aguentar. Afinal, aguentamos à quatro décadas, estamos na cauda da Europa, com os mais baixos salários e impostos elevados e a vida continuou.
    Há que votar diferente. Quem sabe se a mudança radical poderá ser para melhor?
    Só experimentando, sem medos.

  7. a pouco e pouco algumas noticias deste género vão aparecendo, é concerteza só para que o povo discuta e para disfarçar outro escândalo qualquer pois soluções e resultados nunca aparecem , assim como a resolução dos casos e o pagamento das dividas por parte destes ladrões também nunca acontecem, no meio disto tudo (pelo menos eu nunca reparei se lá está a informação) também não se diz quanto é que os tais “entidades responsáveis” receberam para darem estes perdões, e também ninguém que pertença ás tais “entidades responsáveis”, é verdadeiramente responsabilizado e arrolado no pagamento das dividas , como diz o povo e muito comentários já aqui colocadas, “o povo paga” ou “paga Zé”

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.