Num debate ameno, Rio estende a mão a Rodrigues dos Santos. “Se não quiserem votar no PSD, votem no CDS”

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José Coelho / Lusa

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, saúda o presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio

O presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, saúda o presidente do PSD, Rui Rio

O debate desta sexta-feira à noite entre Rui Rio e Francisco Rodrigues dos Santos foi ameno e sem grande troca de galhardetes. Pela primeira vez, e de forma taxativa, o líder social-democrata disse concordar com os centristas na privatização da TAP.

Se, de um lado, Rui Rio apelava ao voto útil no PSD para retirar António Costa do cargo de primeiro-ministro, Francisco Rodrigues dos Santos alertava que votar nos sociais-democratas pode servir para “arranjinhos” com o PS.

As posições foram assumidas esta sexta-feira à noite, num debate simpático e sem grandes acusações, transmitido pela SIC.

Logo no início, Francisco Rodrigues dos Santos lamentou que o PSD tenha optado por não se apresentar a estas legislativas em coligação pré-eleitoral com o CDS, considerando que houve “entendimentos diferentes sobre o interesse nacional”.

Lembrando a Aliança Democrática (AD), o presidente centrista atirou a Rui Rio: “Podendo estar mais próximo de Sá Carneiro, acabou por estar mais próximo de António Costa“.

Rodrigues dos Santos acusou também o líder do PSD de querer ser “tudo e o seu contrário” ao definir-se ideologicamente como estando ao centro e de se preparar para mais “arranjinhos com António Costa“, apelando ao voto no CDS para garantir um Governo de direita.

“Em termos de voto útil, quem não quiser o doutor António Costa como primeiro-ministro tem de votar no PSD”, contrapôs Rio, que repetiu esta ideia várias vezes ao longo do debate de 25 minutos.

Este frente-a-frente foi travado em tom cordial, com o líder do CDS mais ao ataque e Rio a evitar críticas aos democratas-cristãos, que elegeu como os primeiros com quem falará para formar Governo se vencer as eleições sem maioria absoluta.

Em termos de propostas, Rio alinhou com Rodrigues dos Santos na privatização da TAP, recuando a 2015, altura em que ambos os partidos o fizeram.

“A TAP é uma vergonha”, disse Rui Rio que, quando questionado sobre se é para privatizar, foi claro: “Sim, sim. Acha que a TAP fica neste estado a destruir as finanças públicas?”

“No Governo PSD e CDS privatizaram e bem. Costa reverteu mal. A TAP vai levar mais 3 mil milhões de euros, dá 300 euros a cada português.”

Já quanto à eutanásia, o líder laranja salientou que ambos os partidos são contra, mas registou uma “diferença gigantesca entre PSD e o CDS”: enquanto “CDS impõe liberdade de voto”, o PSD “dá liberdade de voto”.

“A liberdade de voto é a tal ponto de eu, que sou o líder, votar contra a maioria”, justificou.

O debate desta sexta-feira entre dois velhos amigos foi mais uma reconciliação do que, propriamente, uma sinalização de diferenças. Aliás, no final, Rui Rio até disse: “Se não quiserem votar no PSD, podem votar no CDS, isso aconselho.”

ZAP // Lusa

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