Quase 200 funcionários do Departamento de Energia Atómica da Índia cometeram suicídio nos últimos anos, e a estatística está a levantar muitas questões incómodas.
O número de suicídios entre os cientistas que fazem ou fizeram parte do programa nuclear da Índia causa estranheza e levanta algumas questões.
Quando, em 1966, o proeminente físico indiano Homi Bhabha faleceu, vítima da queda do voo 101 da Air India nos Alpes, a então primeira ministra indiana Indira Gandhi, conta o Business Line, classificou a sua morte como “um duro golpe para toda a Índia”.
O trágico desaparecimento do cientista aconteceu numa altura decisiva para o programa nuclear do país, então no seu início. Algumas vozes defenderam na altura que o acidente poderia até ter sido fruto de uma acção de sabotagem organizada pela CIA.
Cerca de 50 anos depois, o Centro de Investigação Nuclear de Bhabha (BARC) e o Departamento Indiano de Energia Atómica (DAE) enfrentam novamente mortes extemporâneas dos seus melhores cientistas – mas desta vez, por suicídio.
O activista Chetan Kothari levou o assunto ao Parlamento indiano. Chamada a prestar esclarecimentos à câmara de deputados, a DAE precisaria que, entre 1995 e 2010, nos seus diferentes centros de investigação, cometeram suicídio 197 funcionários seus, com idades entre os 29 e os 50 anos.
Apesar disso, os misteriosos suicídios não despertaram o interesse da população indiana em geral.
E surpreendentemente, num assunto inquestionavelmente ligado à capacidade defensiva e segurança estratégica do país, não foi aberta qualquer investigação.
Em 2010, o Ministro de Estado e do Parlamento, V Narayanaswamy, pronunciou-se sobre o tema, afirmando que “de um total de 29 mortes entre 2005 e 2010, apenas 22 teriam alegadamente sido suicídio – um dos quais causados por problemas laborais e os restantes em consequência de problemas pessoais ou familiares”.
O alto número de mortes reflecte o ambiente depressivo do trabalho no Programa Nuclear? Resultará da fragilidade psicológica e mentalidade própria dos indianos? Haverá riscos de saúde desconhecidos no trabalho na DAE? Ou haverá outra explicação?
Sekhar Basu, director do BARC, tem uma explicação simples.
“O número de mortes por suicídio nos últimos 20 anos foi inferior a 100 (mais concretamente 69) , num universo de 60.000 trabalhadores da DAE”, diz Basu, “o que dá uma taxa de suicídios de apenas 2,07 suicídios por ano, por cada 100.000 funcionários”.
Atendendo a que a taxa de suicídios na Índia em 2012, em todas as faixas etárias, foi de 20,9 por cada 100.000 pessoas, uns meros 200 suicídios em 20 anos não parece ser propriamente caso para alarme.
Ainda assim, a DAE instituiu em 2010 um exame psicológico obrigatório a todos os candidatos a mentes brilhantes do programa nuclear, antes de os contratar.
Resta saber se, uma vez contratadas, as mentes brilhantes são acompanhadas e a sua saúde mental vigiada.
AJB, ZAP
Casi 200 empleados del Departamento de Energía Atómica de la India se han suicidado en los últimos años, un hecho que provoca muchas preguntas.
Texto completo en: http://actualidad.rt.com/sociedad/view/143578-india-suicidio-cientifico-programa-nuclear?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=all
Casi 200 empleados del Departamento de Energía Atómica de la India se han suicidado en los últimos años, un hecho que provoca muchas preguntas.
Texto completo en: http://actualidad.rt.com/sociedad/view/143578-india-suicidio-cientifico-programa-nuclear?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=all
Indira Ghandi, 1996? Revejam lá o texto, pois talvez quisesses escrever 66.
Caro(a) Pentacúspide,
Sim, era 66 e não 96. Obrigado pelo reparo, está corrigido.