PS revela que “não estão programadas arruadas” para a campanha eleitoral

António Cotrim / Lusa

O primeiro-ministro e líder do Partido Socialista, António Costa

A adaptação às regras de prevenção de contágios de covid-19 vai impedir as iniciativas tradicionais como almoços e jantares e a clássica descida do Chiado do PS.

Na campanha eleitoral organizada pelo PS, “não estão programadas arruadas”, como é tradição do partido, explicou Duarte Cordeiro, diretor de campanha socialista, em entrevista ao Público.

Em causa estão iniciativas como a tradicional descida do Chiado, em Lisboa, no último dia de campanha, bem como a arruada da Rua de Santa Catarina, no Porto.

“A esta distância, só posso dizer que a descida do Chiado, se acontecesse, teria de ser condicionada”, explica Duarte Cordeiro, sublinhando que “só mais perto das eleições” será decidido se fazem uma ação simbólica no Chiado, já que por agora “é prematuro, nesta fase, ir ao detalhe”.

Mas o coordenador da campanha garante que “se houver uma ação no Chiado, não será como era a tradicional.”

Em causa está o facto de o PS ter decidido adaptar a campanha eleitoral à situação que se vive na pandemia de covid-19 e ao aumento dos contágios.

“Estamos a construir a campanha de forma muito condicionada pela pandemia”, garante Duarte Cordeiro, que assume que “a pandemia vai ser um elemento central” neste período.

Apesar de “os partidos em campanha não estarem condicionados”, frisa o diretor de campanha, o PS decidiu que se irá adaptar às regras da DGS para grandes eventos, garantindo o distanciamento entre as pessoas, de modo a evitar contágios.

Por isso, “há muitas iniciativas tradicionais das campanhas do PS que não se realizarão”. Por exemplo, “não haverá almoços e jantares de campanha”, revela Duarte Cordeiro.

“Evitaremos refeições porque são momentos em que as pessoas se aglomeram sem máscara”, sublinha ainda.

As ações dos 14 dias de campanha oficial para as eleições, que se realizam a 30 de janeiro, estão a ser organizadas “à luz da visão de que na segunda quinzena de Janeiro haja maior normalidade”, ou seja, que, entretanto, o pico de contágios pelo vírus SARS-CoV-2 seja atingido e a situação comece a melhorar.

Mas Duarte Cordeiro assume que o PS se está a preparar para o caso de tal não acontecer, com as ações adaptadas à realidade do momento.

Por agora, estão a preparar “outras iniciativas tradicionais de rua que não têm a grande dimensão do Chiado ou de Santa Catarina e que poderão ser realizadas com regras”, explica o responsável pela campanha. “Não queremos deixar de fazer ações de rua, mas estas terão sempre limitações”, garante.

Os socialistas pretendem, assim, fazer “iniciativas de contacto com a população”, como “a descida da Morais Soares e o percurso desde o Califa até ao Mercado de Benfica, em Lisboa, que poderão acontecer, mas com regras”, revela.

As normas da Direção-Geral da Saúde serão também seguidas à risca “nas iniciativas que se realizarem em espaços fechados, os comícios e sessões em pavilhões e auditórios”, explica o dirigente.

Essas iniciativas decorrerão “sempre com lotação condicionada, lugares marcados e com o uso obrigatório de máscara”, acrescenta o diretor de campanha do PS, que admite mesmo que “eventualmente se recorra a auto-testes”.

O líder do Partido Socialista, António Costa, deverá ir “a todos os círculos eleitorais como é comum, mas com eventos ajustados à pandemia”, explica Duarte Cordeiro, que adverte para duas exceções: “está excluído que o secretário-geral faça viagens para fazer campanha nos círculos da Europa e de Fora da Europa.”

A agenda de Costa está a ser organizada com a previsão de “dois a três eventos por dia, com exceção do último dia de campanha e dos fins-de-semana, onde deverá haver mais.” Já os comícios e sessões que se realizem deverão decorrer “ao fim de tarde e de noite”.

A campanha será “privilegiada a utilização de redes sociais” e vão ser abordadas “várias áreas temáticas”. A pré-campanha que agora se inicia e que decorre até 15 de janeiro será dominada também pelas regras de prevenção de contactos.

Assim, “na primeira semana de janeiro, as iniciativas decorrerão num sistema misto de presencial e por meios digitais”, acrescenta Duarte Cordeiro.

Este período será marcado pela “grande relevância dos debates” nas televisões e nas rádios”, lembra o responsável pela campanha do PS.

Daí que “nos dias dos debates não pode haver deslocações longínquas” e António Costa “aproveitará os dias em que não tem debates para ir aos círculos mais distantes e nos dias dos debates ir a locais próximos”.

ZAP //

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