Apenas 60 dos 174 cabeças-de-lista dos partidos com assento parlamentar são mulheres

António Cotrim / Lusa

O Bloco de Esquerda é o único partido que consegue a paridade total. Do lado oposto, o Chega apresenta apenas duas mulheres como cabeças-de-lista. PS e PSD têm ambos seis mulheres à frente das listas.

Segundo avança o DN, dos 174 cabeças-de-lista apresentados pelos partidos com assento parlamento para as eleições legislativas, só 60 são mulheres, o que equivale a 34,4% de representação feminina. A lei da paridade obriga a que haja 40% de mulheres nas listas, mas não determina a precedência.

O único partido com paridade entre os cabeças-de-lista é o Bloco de Esquerda, com 11 mulheres e 11 homens. Já o Chega é o oposto, apresentando duas candidatas entre os 22 lugares disponíveis no topo das listas, o que equivale a uma representação feminina de 9%.

Tanto o PS como o PSD têm seis mulheres no topo das listas, ou seja, 27,2%. Em ambos os partidos, a representação de mulheres diminuiu face às legislativas de 2019. Na altura, os socialistas tinham oito mulheres a encabeçar as listas e os sociais-democratas tinham sete.

A CDU e o PAN apresentam também mais mulheres do que os dois maiores partidos. No caso da coligação entre comunistas e verdes, 12 mulheres estão no topo das listas. Já no PAN, dez cabeças-de-lista são do sexo feminino.

À direita, a Iniciativa Liberal apresenta nove mulheres e o CDS ficam-se pelas seis. De notar que os centristas não têm cabeças-de-listas nas regiões autónomas, onde são candidatos em coligação com o PSD.

Desde 2005, quando foi introduzida a lei da paridade, mais mulheres têm entrado no parlamento, tendo-se chegado aos 40% de deputadas em 2019. O impacto não foi tão grande nos cabeças-de-lista apresentados pelos partidos, já que a lei não determina paridade neste campo.

Mesmo assim, a partir de 2015, notou-se já uma diferença entre os dois maiores partidos. Se em 2005 – últimas eleições antes da lei – o PS teve apenas uma mulher como cabeça-de-lista e o PSD apresentou seis, dez anos depois, os socialistas já tinham seis mulheres no topo e os sociais-democratas tinham sete.

ZAP //

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