A notícia de que o FC Porto teria contratado uma vidente, a troco de um salário mensal de 15 mil euros, caiu que nem uma bomba na esfera portista. Mas o Ministério Público (MP) suspeita que este seria, apenas, mais um esquema de Pinto da Costa para desviar dinheiro das contas do clube.
A vidente surge entre os colaboradores avençados do FC Porto e, portanto, recebe um salário mensal de 15 mil euros desde o Verão passado, como noticiou o jornal I.
Mas o MP acredita que esses pagamentos “podem ser simulados”, como avança agora o Correio da Manhã (CM). A teoria dos investigadores é que Pinto da Costa ficaria com uma parte da verba que era paga à vidente Madalena Aroso.
Estes dados terão ficado indiciados pelas escutas telefónicas interceptadas no âmbito do processo, nomeadamente de conversas entre Pinto da Costa e o empresário Pedro Pinho, outro dos suspeitos do processo judicial que investiga esquemas com transferências no FC Porto.
A contratação da vidente terá causado mal-estar no seio do próprio clube, até pelos altos valores dos pagamentos que lhe eram feitos, o que levanta questões relacionadas com a gestão do clube numa altura em que as suas finanças não estão de boa saúde.
Mas o MP “defende que mais do que uma crença no oculto estamos perante um crime contra o clube“, aponta o CM, frisando que a teoria é que o presidente do FC Porto ficaria com “parte considerável” do dinheiro pago à vidente.
Os valores reverteriam para Pinto da Costa ou para elementos da sua família ou das suas relações, considera ainda o MP.
Os investigadores terão também detectado levantamentos em numerário, de cerca de 60 mil euros por mês, do Banco Carregosa que foram justificados como pagamentos à vidente, para fazer previsões de resultados dos jogos do FC Porto.
Mas o MP acredita que se trata antes de uma “espécie de saco azul” para pagar “luxos” de Pinto da Costa, como nota o CM.