Mário Cruz / Lusa
O lugar de Jorge Jesus no Benfica não ficou a salvo após a qualificação para os oitavos de final da Liga dos Campeões.
A derrota caseira do SL Benfica frente ao Sporting CP, por 1-3, deixou tremido o lugar de Jorge Jesus na Luz. A equipa está longe de praticar o seu melhor futebol e o interesse do Flamengo deixou o treinador nas bocas do mundo face a uma eventual saída.
Esta semana, o triunfo diante do Dínamo Kiev, por 2-0, e consequente qualificação para os oitavos de final da Liga dos Campeões, permitiu a Jorge Jesus respirar de alívio.
Até o próprio Flamengo terá desistido das negociações pelo treinador — apostando agora em Carlos Carvalhal —, após perceber que agora as hipóteses de este sair do Benfica seriam reduzidas.
Contudo, o jornal Record avança que a continuidade de Jesus está longe de estar garantida. Segundo o desportivo, os dirigentes das ‘águias’ admitem demitir o treinador ainda antes da primeira visita ao FC Porto, para a Taça de Portugal, que antecede o clássico no Dragão para o campeonato.
Ainda minutos antes do jogo com o Dínamo Kiev, Jesus foi alvo de uma forte assobiadela dos adeptos, no momento em que os jogadores e equipa técnica foram anunciados.
“Hoje foi o 26.º jogo do Benfica. Na Champions fez dez jogos e ganhou cinco. Perdeu dois para o Bayern. No campeonato, o Benfica ganhou dez em 13. Portanto, dos 26, ganhou 17. O que está aqui em causa? Perder para o rival. Não estão habituados e eu também não”, começou por dizer Jesus na conferência de imprensa após o jogo.
“Não é hoje que sou um dos melhores treinadores do mundo, nem foi antes que fui um dos piores. Perco e ganho como treinador. Não é chapada de luva branca nenhuma, os adeptos querem que o Benfica vença, seja quem for o treinador. Foi um trabalho diário para hoje não cometermos os mesmos erros como Sporting”, acrescentou.
O Benfica vai agora defrontar o Famalicão, antes de jogar com o Sporting de Covilhã, cujo encontro será determinante para garantir a presença na final four da Taça da Liga. O emblema da Luz precisa de marcar pelo menos três golos e vencer por diferença de dois para seguir em frente.
Antes do primeiro jogo no Dragão, os comandados de Jorge Jesus ainda não receber o Marítimo para o campeonato.
O Record sabe que há muito tempo que parte da Direção defende a saída do treinador. As declarações de Jorge Jesus após o jogo com os ucranianos, sugerindo que foi o único que acreditou na qualificação, também geraram desagrado entre a direção ‘encarnada’.
Será um grande disparate despedir Jesus. Pode não estar a conseguir o sucesso pretendido, mas se olharmos objectivamente para o mercado de treinadores disponível e ao alcance dos cofres portugueses dificilmente se conseguirá melhor. Portanto, tudo aponta para que o mais sensato seja deixar o treinador seguir até final do seu contrato. Importante mesmo, antes de qualquer decisão até ao final da época, será definir com rigor o projeto desportivo para a equipa de futebol. Depois, sim, escolher o treinador que dê mais garantias de sucesso para esse projeto.
O problema do Benfica está na falta de preparação física.
Jorge Jesus não aprendeu nem desaprendeu de ser treinador de um momento para outro, o que mudou de um um momento para outro foi o seu comportamento e isso tem-no prejudicado e prejudicado o Benfica. Jesus era uma pessoa que gostávamos de ouvir, hoje, pura e simplesmente, não o suportamos. A ida ( e permanência) ao Brasil poderia ter-lhe feito bem aos “bolsos” e a nível profissional também, mas alterou o seu carater, o seu modo de estar e de falar no futebol e sobre o futebol. Aquele Jorge Jesus humilde desapareceu e surgiu um homem arrogante e complexado, perdendo a simpatia daqueles que gostavam dele. Muito ele tem que ganhar esta época no Benfica para “limpar” esta sua imagem perante os sócios e adeptos encarnados. Independentemente de ditos e desmentidos dá a ideia de que ele não tem a maioria dos jogadores do seu lado e isso é meio caminho andado para o descalabro desportivo. Essa coisa de se apresentar como “doutor, cientista, brilhante conhecedor da bola” aliado ao facto de criticar uns e elogiar outros jogadores em público, não vai ajudá-lo em nada no seu futuro, quer seja no Benfica ou noutro clube qualquer. Concluindo, com o plantel que o Benfica tem – aparte uma ou outra carência – qualquer treinador com algum currículo teria feito melhor, quer na passada época – mesmo com os problemas da pandemia – ou nesta que decorre. Foi um erro o seu regresso, para mal do Benfica. Ele tem dado razão aos inúmeros sócios que não o queriam de novo no Benfica. É pena, é triste, mas é verdade.
Vai para um clube turco. Faz bem. Mas se disser que vai arrasar ou jogar o triplo, duvidem. Recordem-lhe a sua triste passagem pelo Benfica.