Preços dos genéricos podem disparar — e são os produtos mais baratos que mais sofrem com os encargos do tratamento de águas residuais urbanas imposto pela UE.
“Podemos estar a falar de aumentos de até 800% em vários medicamentos. É o caso da metformina, um antidiabético”, diz à SIC o presidente da Associação Portuguesa de Medicamentos pela Equidade em Saúde, João Paulo Nascimento.
Tudo depende da concentração e do formato dos medicamentos, mas no caso, por exemplo, de um ods antibiótico mais comuns, a amoxicilina, o preço pode quadriplicar. Hoje, não ultrapassa os 10€, mas pode mesmo atingir os 40. O que se passa?
Em causa está uma diretriz europeia que surge em consequência de um estudo que revela que as águas residuais urbanas têm uma carga tóxica de 92%. Quem terá a responsabilidade de tratar essas águas é a indústria farmacêutica e de cosmética, explica à CNN a presidente da Associação Nacional de Farmácias, Ema Paulino.
Surge então uma nova taxa a aplicar aos produtos farmacêuticos para compensar esse tratamento das águas, com prazo limite de aplicação até 2028.
A cobrança será feito pelo número de unidades vendidas, pelo que os genéricos — que correspondem apenas a 20% do mercado total — deverão ser os que acarretam a maior parte dos custos, cerca de 60%.
De acordo com Ema Paulino, as empresas (e até o governo da Polónia) estão a pedir a revisão da diretriz ao tribunal de justiça europeu, uma vez que os genéricos, produtos por norma mais baratos, têm apenas duas “opções: ou se aumenta o preço para acomodar os custos ou os medicamentos deixam de ser viáveis e têm de ser retirados do mercado”.
“Não foram feitas as contas dos custos corretamente”, lamenta a farmacêutica. “Estima-se que o encargo à indústria farmacêutica será muito superior ao que a União Europeia identificou”.
Os custos de armamento que os politicos, sobretudo alemães ( mas a conversa ha-de cá chegar também) se estão afiambrando para nos enfiar pelas goelas abaixo, dá nisto. O dinheirinho tem tem que vir de algum lado, e curiosamente, ou talvez não, são os necessitados que mais sofrem