Javier Limón Romero, marido da enfermeira infectada com Ébola em Espanha, lançou uma campanha nas redes sociais na qual pede à sociedade espanhola que o ajude a salvar o seu cão, Excalibur.
Teresa Romero, auxiliar de enfermagem no Hospital de Alcorcon, foi contaminada com Ébola depois de ter atendido o missionário Manuel Garcia Viejo, que morreu no fim de setembro, vítima do vírus, no hospital madrileno.
Segundo denuncia agora o seu marido Javier Romero, perante o risco de que o cão tenha sido infectado com Ébola pelo contacto com a enfermeira, a Câmara de Madrid informou-o de que tenciona sacrificar o cão.
“Não podemos correr riscos”, diz Felipe Vilas, presidente do Colégio Oficial de Veterinarios de Madrid, ao El País.
A posição de Vilas foi determinante para que a Câmara tenha optado pelo sacrifício do animal.
Segundo o veterinário, “há poucos estudos da relação entre cães e o Ébola”, mas em locais onde houve surtos do vírus “um número não negligenciável de animais apresenta níveis elevados de anti-corpos”.
“Tal significa que estiveram em contacto com o vírus”, acrescenta.
Javier Romero diz que a Câmara entrou em contacto para lhe pedir autorização para abater do animal, e informou-o de que avançará com um pedido judicial caso Romero recuse autorizar o sacrifício de Excalibur.
Romero avançou para as redes sociais com uma campanha em que denuncia a intenção da câmara e apela à solidariedade dos espanhóis.
Hola, me llamo Javier L. Romero, soy el marido de Teresa, la auxiliar contagiada de ébola por tratar de forma voluntaria a los dos pacientes contagiados que fueron repatriados a España.
Quiero denunciar públicamente que un tal Zarco, creo que es jefe de sanidad de la Comunidad de Madrid, me ha dicho que tienen que sacrificar a mi perro así, sin más. Me pide mi consentimiento a lo cual me he negado rotundamente. Dice que entonces pedirán una orden judicial para entrar por la fuerza en mi casa y sacrificarle.
Yo antes de venir al hospital le deje varios cubos de agua, la bañera también con agua y un saco de pienso de 15Kg para que tuviera comida y agua. También le deje la terraza abierta para que haga sus necesidades.
Me parece injusto que por un error de ellos quieran solucionar esto por la vía rápida.
Un perro no tiene porque contagiar nada a una persona y al revés tampoco.
Si tanto les preocupa este problema creo que se pueden buscar otro tipo de soluciones alternativas, como por ejemplo poner al perro en cuarentena y observación como se ha hecho conmigo. O acaso hay que sacrificarme a mí por si acaso.
Pero claro, un perro es más fácil, no importa tanto”.
A primeira ajuda surgiu de um habitante de Burgos, Jorge Rodríguez Torres, que se juntou à causa de Romero com uma petição online para impedir o sacrifício do animal.
Mas de onde menos Romero esperava, surgiu um aliado de peso.
Eric Leroy, o maior especialista mundial em Ébola, defende que “não se deve matar o cachorro, porque não se conhece bem o papel dos cães na propagação do vírus”.
“Seria importante manter Excalibur vivo, para o podermos estudar”, acrescenta Leroy.
A opinião de Leroy poderá salvar o cachorro – mas eventualmente proporcionar-lhe uma vida de laboratório que Javier não esperava.
Confrontos, desenlace e teste negativo
Já esta quarta-feira, dezenas de pessoas, incluindo apoiantes de organizações de defesa dos direitos dos animais, que se concentravam em frente à casa de Teresa Moreno Matos e do seu marido Javier Limon, envolveram-se em confrontos com agentes policiais.
Os confrontos ocorreram quando se deslocou ao local uma equipa de funcionários da autarquia para retirar o cão, tendo os agentes policiais sido obrigados a retirar da estrada várias pessoas que tentaram evitar a operação.
Ao início da tarde desta quarta-feira, o cão foi transferido o Hospital Veterinário da Universidade Complutense de Madrid, para dar seguimento à autorização judicial dada às autoridades madrilenas para o abate do animal.
Entretando, num inesperado volteface, as autoridades sanitárias de Madrid tinham confirmado na manhã desta quarta-feira que os últimos testes realizados a Teresa Romero deram negativo.
A paciente não apresentava febre, mas sim diarreia, um sintoma habitualmente presente em casos de Ébola.
Apesar da possibilidade de Teresa Romero não estar infectada com Ébola, as autoridades mantêm 22 pessoas sob vigilância no hospital de Alcorcón – entre as quais, Javier Romero.
Também apesar disso, segundo fontes da Universidade Complutense, por volta das 14h30 o infeliz Excálibur foi mesmo abatido.
Poderá não ter sido vítima do Ébola.
AJB, ZAP
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Acabei de ver esta noticia na Tvi fiquei sem palavras.
Quem quer abater o animal que abate se a si mesmo –” Nos ficamos doentes e os animais não podem ficar ?
Espero que Javier Romero consiga proteger pobre animal 🙂
Ser humano vai Auto Destruir se 😉
Mais perigoso que o ébola, são os homens…..
E mais perigoso ainda que os homens é a ignorância…
pois eu acho que o bicho e todos os bichos independentemente das patas que tenham, ou se suspeite terem o virus deviam ser sujeitos a eutanasia antes que inocentes sejam sacrificados em prol de rétoricas de falsos e cinicos moralistas que expressam bonitas opiniões para a fotografia e depois na escuridão fazem os maiores atropelos.
Já chega de tanta manhosice e falsidade. IRRA.