Os alunos do Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea da Ota queixam-se de cortes de água, de eletricidade e de falta de comida.
O Diário de Notícias avança, esta quinta-feira, que os alunos do Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea da Ota têm sofrido constantes e repetidos cortes de água e alguns cortes de eletricidade. Além disso, queixam-se de que a comida das refeições é escassa e de má qualidade.
As denúncias chegaram à bancada parlamentar do PCP, que já questionou o ministro da Defesa sobre a situação.
“Têm-se verificado nas instalações, desde há algum tempo, cortes recorrentes no fornecimento de água que impedem os mais básicos atos de higiene pessoal dos alunos. Terá até chegado ao ponto de impossibilitar a prática desportiva nos períodos coincidentes com o corte de água”, descreve o partido, na pergunta enviada a João Gomes Cravinho.
Além de cortes de luz que impediram o decorrer de aulas, chegaram ainda “relatos de uma alimentação escassa em quantidade e qualidade, com doses reduzidas de comida”.
“Apesar de os alunos se inscreverem previamente para as refeições, os últimos arriscam-se a não ter todos os componentes do prato, nomeadamente carne ou peixe, como já terá acontecido por diversas vezes”, salientam ainda os comunistas.
Para o PCP, “isto é tudo aquilo que não devia acontecer por múltiplas razões, incluindo a de afetar a motivação e a atratividade para fixar jovens nas fileiras” das Forças Armadas.
O DN questionou a Força Aérea Portuguesa, mas não obteve resposta. Foi também confrontado o gabinete do ministro da Defesa sobre a situação, mas não houve reação.
O antigo deputado comunista para a área da defesa, Jorge Machado, disse ao matutino que esta situação “não é o melhor cartão de visita para quem queira ingressar nas Forças Armadas”.
A Associação de Sargentos e a Associação dos Praças das Forças Armadas também estão a par da situação. De acordo com o DN, Lima Coelho, presidente da estrutura associativa que representa os sargentos, já fez “chegar uma participação ao Chefe de Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA)”.
O Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea da Ota tem, neste momento, 300 formandos e está prevista a chegada de mais 400.