A antecipação das eleições legislativas alterou os planos socialistas, incluindo os da sucessão a António Costa. Pedro Nuno Santos contém os ânimos – pelo menos, por agora.
O Observador avança, esta sexta-feira, que Pedro Nuno Santos terá feito saber aos seus mais próximos que está “tranquilo” e alinhado com António Costa. A prioridade é manter o Partido Socialista unido, acalmar os ânimos e adiar a eventual sucessão.
A imagem de divisão interna não seria a mais favorável para o PS, num momento em que a sua atuação no Governo será avaliada numa ida às urnas em janeiro.
O ministro das Infraestruturas marcou presença no Seminário Shaping the Future of Mobility, em Lisboa, mas afastou o futuro político (o seu em concreto) nas declarações que fez aos jornalistas.
“O PS vai-se apresentar a eleições com o seu programa, com a sua visão para o país, e deve-se bater pelo melhor resultado possível”, sublinhou Pedro Nuno Santos, acrescentando que “não há nenhuma razão para que antecipemos um mau resultado“.
Já sobre a direita e o divórcio consumado da geringonça, o socialista referiu ter “orgulho no trabalho que fizemos”. “Ele apresenta resultados. Apresentamo-nos com a confiança no trabalho que fizemos e vamos obviamente batalhar, lutar, para convencer os portugueses.”
A linha da união no PS foi mantida por Pedro Nuno Santos, que corroborou a tese de que, neste momento, o partido “ao contrário da grande maioria dos partidos deste país, está unido“.
O objetivo é só um: alcançar o melhor resultado possível. “Temos no PS um partido em que podemos confiar. Não haja a menor dúvida sobre isso: estamos todos unidos e concentrados.”
Pedro Nuno estará a preparar-se para atirar contra o Costismo, mas ainda é cedo para um arranque.
Fonte do PS assegurou ao Observador que “o PS está profundamente dividido, mas não se nota porque não há processo de sucessão”.
“O partido ainda está no poder e vai todo junto a eleições”, admitiu, acrescentando que, se houver um resultado que não a maioria absoluta ou uma derrota “estrondosa”, o partido “divide-se”.
Na prática, a conclusão é a de que a união só será duradoura se o poder continuar nas mãos do PS.