Uma equipa de arqueólogos descobriu um anfiteatro que foi construído no século I d.C – início do período romano no Reino Unido. Os especialistas acreditam que o local foi usado ao longo de 200 anos para lutas entre gladiadores, antes de ser extinto no século III.
Durante as descobertas, a equipa encontrou ainda uma cela onde os gladiadores aguardavam o momento de entrar na arena do anfiteatro para se confrontarem em verdadeiras lutas sangrentas. A cela foi encontrada na cidade costeira britânica de Richborough, perto de Sandwich, na costa de Kent e está diretamente ligada ao anfiteatro descoberto.
Segundo noticia o Ancient Origins, o vasto anfiteatro entretinha uma multidão de 5.000 pessoas com as múltiplas lutas de gladiadores, caça de feras e execuções criminais ocasionais que por lá passaram. “Eram espetáculos públicos, equivalia a ir ver um grande filme de sucesso”, refere Paul Pattison, historiador da English Heritage, ao The Guardian.
As escavações no local do anfiteatro – que é conhecido desde que uma pequena parte foi desenterrada em 1849 – foram interrompidas pelas restrições da pandemia de covid-19 que foram impostas no ano passado. Desde que as escavações recomeçaram em setembro deste ano, foram feitas novas descobertas.
Uma das novas descobertas mais intrigantes foi o esqueleto, quase completo, de um gato que os arqueólogos apelidaram de Maximus. O gato, que recebeu este nome em homenagem à personagem de Russell Crowe no filme Gladiador, estava praticamente intacto, faltando apenas uma pequena parte de sua cauda.
A análise de DNA mostrou que, embora os gatos selvagens na Grã-Bretanha sejam anteriores à conquista romana, os felinos domésticos só foram trazidos para a ilha mais tarde, escreve o Mail Online.
Os investigadores estranharam que o gato estivesse tão bem conservado, uma vez que seria de esperar que o animal tivesse sido desmembrado por predadores. Presume-se assim que tenha sido colocado no local de modo a “não ser perturbado”, o que faz querer que na altura as pessoas já tinham animais de estimação.
Ao longo de vários séculos, os gladiadores lutavam entre si ou contra animais ferozes para entreter os romanos. Os lutadores enfrentavam-se na arena e a luta só terminava quando um deles morria.
Por norma, os gladiadores eram prisioneiros de guerra, escravos e autores de crimes graves. E, para satisfazer o desejo de alguns imperadores, mulheres e anões também lutavam. Estes tinham treino em escolas especializadas para combater na arena, recebiam tratamento especial no intervalo das lutas e não lutavam mais que três vezes por ano. Ou seja, ser um gladiador era melhor do que ser um escravo comum e ainda abria a oportunidade ao reconhecimento do público.
A luta de gladiadores teve um grande peso no Império Romano, pois a grande atração para o povo. Por essa razão os imperadores investiam tanto nesses espetáculos, já que desta forma conseguiam conquistar a confiança do povo.
Esta política ficou conhecida como “Pão e Circo”.